Face às dificuldades de acesso ao crédito bancário, as pequenas e médias empresas (PMEs) moçambicanas podem buscar auxílio na academia, elegendo a formação como a melhor saída para o problema.
Esta ideia foi defendida, quarta-feira, 27 de Setembro, em Maputo, por Joaquim Mabuiangue, coordenador da Incubadora Tecnológica e de Empresas da Universidade Politécnica, durante as jornadas científicas transdisciplinares da Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias (ESGCT), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica.
Fazendo uma breve radiografia da relação entre as PMEs e a banca, Joaquim Mabuiangue considerou que, normalmente, os bancos não têm facultado o acesso ao financiamento para este núcleo de empresas, por considerar, em alguns casos, que não são suficientemente organizados.
“Na visão das instituições financeiras, se uma PME não está devidamente organizada significa que não tem, por exemplo, as contas em dia e outras condições fundamentais para o acesso ao crédito”, avançou o académico, acrescentando que, “quando um investidor solicita um empréstimo, os bancos querem estar a par das suas contas, através do extracto bancário e do seu fluxo de caixa, ou seja, privilegiam a análise financeira”.
“Nem sempre as PMEs têm essa capacidade de estarem devidamente organizadas, o que resulta na perda de financiamento por parte dos grandes bancos”, assegurou. A solução para este problema, conforme Joaquim Mabuiangue, está nas academias, que a seu ver fornecem instrumentos e capacitam as PMEs a estarem organizadas para terem acesso ao crédito.
“Por exemplo, a nível da Universidade Politécnica temos estado a capacitar as PMEs e a oferecer cursos de gestão para os pequenos negócios, ensinando as pessoas como elas podem fazer a sua gestão e como devem fazer registos básicos”, referiu.
Na mesma abordagem, revelou que A Politécnica é pioneira na formação de gestores bancários no que diz respeito aos créditos, através da Incubadora Tecnológica e de Empresas.
“Enquanto formamos os pequenos empresários, estamos igualmente a formar os bancos em matérias de financiamento às PMEs, para que eles possam saber como devem emprestar dinheiro”, disse.
Aquele orador fez este pronunciamento na apresentação do tema “Empreendedorismo hoje em Moçambique: desafios, possibilidades e oportunidades”, inserido nas jornadas científicas transdisciplinares da ESGCT.
A respeito destas jornadas, que decorrem sob o lema “Promover a investigação, socializando o conhecimento”, a directora da ESGCT, Profª. Doutora Sandra Brito, referiu que as mesmas constituem um espaço de divulgação da produção técnico-científica da comunidade académica.
“As presentes jornadas científicas visam, fundamentalmente, promover a investigação científica no seio da comunidade académica da ESGCT, bem como estimular a ligação entre a prática profissional, o mercado de trabalho e a cultura moçambicana”, concluiu Sandra Brito.
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