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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

PRM diz que sozinha é incapaz de travar os acidentes de viação e pede juízo aos condutores

Foto de Júlio PaulinoOs apelos à prudência para travar os acidentes nas estradas moçambicanas continuam a vir à catadupa, semanalmente, de todos os lados, mas na prática pouca coisa ou nada muda. E se a situação é de cortar à faca e deixa qualquer um com os nervos à flor da pele, o que dizer de quem teve um parente ferido ou mutilado por conta de um carro mal conduzido ou, na pior da hipóteses, perdeu um familiar? Diante da chacina que se instalou nas nossas rodovias, a Polícia da República de Moçambique (PRM) diz que sozinha é incapaz de frear o mal e pede colaboração de todos, mormente sensatez aos automobilistas, devendo estes fazerem-se ao volante com cautela redobrada.

Os acidentes de viação ocorridos no último sábado (23), nos distritos da Manhiça [na Estrada Nacional número Um (EN1)], e no domingo (24), em Txumene, no município da Matola [Estrada Nacional número Quatro (EN4)] vergastaram o país e deixaram a descoberto o quão determinados condutores coisificam a vida.

Nos sinistros, pelo menos 21 pessoas morreram e outras dezenas contraíram diversas lesões, algumas das quais irreversíveis.

Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, diz tratar-se de um problema que exige a reflexão de toda a sociedade, particularmente em torno da imprudência que continua recorrente na via pública e perpetrada pelos automobilistas.

Falando no habitual briefing à imprensa, o agente da Lei e Ordem começou por indicar que de 16 a 22 de Setembro prestes a findar, ao menos seis cidadãos pereceram e outras nove ficaram feridas, três das quais com gravidade, devido a 13 acidentes de viação, em todo o país. O número parece muito ínfimo relativamente ao que tem sido divulgado pelas autoridades que lidam com a matéria de trânsito.

A maioria dos referidos sinistros foi do tipo atropelamentos carro/peão, sendo as principais causa o excesso de velocidade, as deficiências mecânicas e a má travessia de peões.

Para inverter este cenário, “a Polícia tem estado a reflectir, internamente”, mas alerta que sozinha não pode travar o luto e derramamento de sangue que de há tempos para cá tende a ser normal nas nossas rodovias.

“Houve, por exemplo, aumento dos agentes da Polícia de Trânsito a efectuar a fiscalização e regulação do trânsito”, em diferentes vias, incluindo onde existem até sinais luminosos e sinais demarcados no pavimento. É sempre “imperioso persuadir os automobilistas que têm tendência de não cumprir as regras mais elementares de trânsito” a serem responsáveis ao volante, de acordo com Inácio Dina.

“A Polícia tem vindo a fazer o seu trabalho (...). Se olharmos para” ela “como a entidade única que deve parar com os acidentes estaremos a fazer muito pouco para aquilo que é o processo de parar com o sangue nas nossas vias. Todos devemos estar envolvidos (...)”, apelou.

Inácio Dina insistiu que nenhum carro é capaz que se fazer à estrada sem a intervenção do condutor, por isso, é sobre este que deve incidir qualquer trabalho com vista à mudança de atitude.

Na semana a que nos referimos anteriormente, a Polícia de Trânsito fiscalizadas 38.320 viaturas, aplicou 3.879 multas e confiscou 424 cartas de condução e 118 livretes, bem como deteve sete pessoas por alegada condução ilegal.

Numa outra operação, visando diminuir o índice de sinistralidade no país, foram sensibilizados 30.756 peões sobre matérias de segurança rodoviária.

O trabalho abrangeu ainda 14.719 condutores, 8.991 ciclistas, 16.632 vendedores, 13.212 alunos, 387 professores e 6.942 motociclistas.



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