Pelo menos duas pessoas morreram em resultado de uma agitação movida por populares que se levantaram contra o que consideram tratar-se de “chupa-sangue”, na quinta-feira (19), no distrito de Gilé, província da Zambézia. Para além das vítimas mortais, atingidas por balas reais disparadas por um elemento da Polícia da República de Moçambique (PRM), várias infra-estruturas foram destruídas.
“Chupa-sangue” é um fenómeno antigo em Moçambique e afecta, ciclicamente, as províncias do centro e norte, mormente Nampula. Por conta desse boato, na madrugada de quinta-feira, a vilta-sede do Gilé viveu momentos de alvoroço e um ambiente de cortar à faca.
A população agitou-se, levantou exigindo que as autoridades colocassem termo a grupo de supostos homens “chupa-sangue”.
Aos murmúrios, a população mobilizou-se e rangendo os dentes colocou-se a destruir, indiscriminadamente, tudo o que achava pela frente. Alguns carros ao serviço do Estado e que estavam afectas ao sector das florestas no Gilé foram vandalizados e dezenas de reclusos soltos.
O Comando Distrital da PRM não escapou da fúria popular. As autoridades policiais disseram ao @Verdade que pelo menos 76 prisioneiros foram restituídos à liberdade ilegalmente.
A polvorosa foi igualmente marcada pela vandalização de infra-estruturas administrativas, incluindo a residência oficial do administrador de Gilé, Joaquim Pahare, que dado o clima de terror foi obrigado a refugiar-se no Alto-Molócuè.
A Polícia reforçou-se e armou-se até aos dentes. A vila-sede do Gilé ficou momentaneamente paralisada.
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