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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

SELO: Congresso da Frelimo e a situação real de Moçambique - Por Jorge Valente

Compatriotas, as mentes actuais dos moçambicanos são diferentes das dos tempos idos até 1994, ano das eleições multipartidárias. com efeito o espírito de bajulação, lambe-botismo e “yes man” já estão a degradar-se progressivamente.

O congresso da Frelimo que acaba de terminar não vai trazer mudanças para a viragem objectiva do cenário de colonização doméstica a que o país está exposto, pois todos os males que existem partem da própria Frelimo, o que torna imperioso o seu vigoroso combate interno para replicar fora dela. Hoje, a imagem da Frelimo está seriamente gasta e todos indivíduos que fisicamente cantam apoio a este partido, no intimo está fora desse partido.

As recentes eleições internas que o partido realizou em preparação desse falacioso congresso mostraram a verdadeira realidade interna do partido, cujo testemunho da situação degradante se verificou no distrito de Malema, província de Nampula, em que a última hora infiltraram um malandro da rede radical que não quer mudanças sem este ter concorrido, por medo de mudanças. em quelimane e Gilé houve mesmo cenário de os "donos" do partido não quererem mudanças.

Em democracia, uma eleição é precedida de dois exercícios importantes: organização e remissão de documentos para analise e decisão e campanha de divulgação das ideias do candidato ao publico alvo, mas na Frelimo este exercício é ignorado optando-se por amiguismo. A votação de Malema, Quelimane e Gilé foram a principal vergonha que a Frelimo já mostrou da sua face intima.

Os moçambicanos atentos devem questionar e analisar qual é o real objectivo do esforço que a Frelimo está a levar a cabo com a Renamo, se antes de enveredar por via armada.

Com a ajuda dos esquadrões de morte, houve varias iniciativas de resolução dos diferendos eleitorais resultantes de fraudes e da exigência de se formar um governo de gestão, governação pela Renamo das seis províncias onde este partido reclama ter ganho. Tudo isso foi recusado pela Frelimo e a sua rede de beneficiários da sua gestão danosa do país e que seguiu-se o extermínio de filhos do povo pobre usado como escudo pelo regime.

A Frelimo opta pelo diálogo camuflado por ter perdido a opção militar de bloqueio dos anseios do povo. temos que questionar o que a Frelimo quer com essa campanha de diálogo se é para perpetuar-se no poder ou segunda tentativa do fim do colonialismo domestico que pratica.

Uma coisa é certa: com a Frelimo mesmo vestida de facto de democracia, nunca o país vai mudar a situação de males que existem.

O 11º congresso da Frelimo não vai trazer nada de melhor para a maioria da população pobre deste país porque a corrupção está enraizada no partido. se dizerem que vão tentar combater a corrupção dentro do partido, isso sim.

A revisão da Constituição e do sistema judiciário do país e sua libertação do jugo colonial da Frelimo são elementos de partida para que todos os malfeitores e malandros que prejudicam o povo em defesa duma minoria possa ser responsabilizada dos seus actos sem interferência e protecção do partido Frelimo.

O partido Frelimo e os moçambicanos devem ter em mente que na Frelimo há três alas antagónicas que agem em paralelo sem convergência: uma ala dos indivíduos menos letrados e letrados altamente bajuladores e lambe-botas que se acham donos do partido e engendradores de todos os males que apoquentam o país.

Há ainda uma ala que compreende a necessidade de mudanças e que se esforça adaptar o partido para nova realidade contemporânea. Ala dos intelectuais que querem reformas.

Ora, a 1ª ala é a mais forte que impede qualquer tentativa de purificação do partido para ambiente democrático interno e geral do país. essa realidade deve ser corrigida dentro do partido.

A Frelimo continua a considerar o país sua propriedade privada e continua a guiar-se por linguagem e política de demagogia dos tempos idos: unidade nacional, país uno e indivisível, balanço positivo e desafios – expressões que não encontram acolhimento na sua actuação real, visto que não há unidade nacional em Moçambique, o país encontra-se dividido ao Save, muitas realizações não tem balanço positivo, maior parte de realizações são de meio gás, e os desafios são resolvidos no interesse duma minoria.

Desde a introdução aparente do multipartidarismo em Moçambique a Frelimo realizou vários congressos com os mesmos argumentos de acções falsas de bem estar de todos. assistimos a renovação de continuidade dos mesmos males de aprofundamento da corrupção – nada mudou e não é desta vez que haverá mudança. esses congressos trouxeram uma realidade em que uma minoria rica continua mais rica até aos dentes e a maioria pobre cada vez mais pobre. o senhor nyusi tem a tarefa espinhosa de purificar as fileiras do partido para caminhar rumo aos novos momentos se é que esse partido quer continuar sobreviver.

Os congressos que passaram trouxeram dívidas ocultas, pobreza extrema para a maioria e riqueza extrema para uma minoria, prepotência, cabritismo e espírito de refrescos em todos actos da vida geral. Actualmente, em Moçambique nada se faz sem subornar e dar refresco e isso parte de dentro da própria Frelimo em que amiguismo, e qualquer posição que se requer precisa refresco.

O senhor Nyusi, sendo um natural de uma província do norte do país, tem a tarefa de reduzir a exclusão criada e consolidada pela Frelimo ao longo dos tempos.

Os senhores Nyusi e Dhlakama têm a tarefa de estabelecer a verdadeira libertação do país em que todos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, sejam iguais em todas as vertentes e eliminar ou manter a fronteira do Save. Caso contrário, o tempo irá corrigir esse mal.

O centro e norte devem deixar de ser repúblicas vassalas em que são importantes em tempos de eleições para legitimar as fraudes com vista à permanência da Frelimo no poder.

O senhor Nyusi deve eliminar a concepção da Frelimo, de que o povo do centro e norte é irracional. As migalhas de dinheiro, os restos de arroz, de óleo, do açúcar e de gasolina para as motorizadas durante os pleitos eleitorais chega para continuar explorar as riquezas mentais da população.

Qual é o beneficio das actividades das multinacionais que roubam as riquezas do pobre povo? A multinacional Vale Moçambique construiu aldeias comunais sob olhar cúmplice do regime.

A oposição deve ter em mente que alternância governativa é um imperativo nacional e deixe de aparecer em tempos de eleições numa espécie de cogumelos em tempo de chuva. A oposição deve trabalhar para que a comunidade internacional conheça a realidade de Moçambique.

Por Jorge Valente



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