Retomam, terça-feira (10), as audições dos 24 co-réus acusados de saque de dinheiro no Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), cujo processo-crime está sob alçada do juiz Alexandre Samuel, da 7a. Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM).
O julgamento iniciou a 12 de Setembro passado e foi suspenso a 21 do mesmo mês, para dar lugar a diligências inerentes ao processo.
A pedido do Ministério Público (MP), representando pelo magistrado João Nhane, o tribunal fará acareações dos irmãos Dércio Manganhe, Gerson Manganhe e Binaia Manganhe, que compareceram ao julgamento como declarantes, com Setina Titosse, ex-Presidente do Conselho de Administração (PCA) do FDA.
Os três declarantes são irmãos de Milda Cossa e esta era assistente particular de Setina Titosse. Tanto eles como a irmã apontaram o dedo acusador a Setina, como tendo sido ela quem orquestrou a delapidação de fundos daquela entidade pública e, supostamente, ordenou-lhes a procederem à abertura de contas bancárias, por meio dos quais o dinheiro foi drenado.
Os co-arguidos Atália Machava e Lazão Mondlana serão confrontados com Celeste Ismael, técnica de monitoria e avaliação, afecta ao FDA. A acusação disse que Celeste Ismael emitiu pareceres favoráveis aos v irmãos Manganhe para concessão de financiamento, sem observar os requisitos para o efeito, tais como DUAT/Declaração dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) do local onde o requerente opera, plano de negócios/projecto de exploração, omprovativo de pagamento de imposto – Modelo 10 das Finanças, facturas proforma/cotações dos bens que pretende adquirir.
Todavia, Celeste teria alegado que efectuou visitas aos espaços de cada um daqueles declarantes e co-réus, tendo constatado que havia condições para o desenvolvimentos de actividades agro-pecuárias, conforme constava dos seus supostos planos de pedido de crédito.
A defesa de Humberto Cossa [este é marido de Milda Cossa e é primo de Setina Titosse] pediu também a acareação entre Vicente Martim e Setina Titosse. Esta, para além de engenheira agrónoma é especialista em Ciências Agrárias e possui formação média em agricultura, com quase todos os cursos frequentados fora de Moçambique. Setina Titosse, que aos olhos do MP é mentora do rombo financeiro no FDA, é acusada de pelo menos 80 crimes. Ela é militante ferrenha do partido Frelimo.
O @Verdade sabe que ela chegou ao FDA pela mão de Soares Nhaca, ex-ministro de Agricultura. Aliás, ela foi secretária de administração e finanças no partido Frelimo, na cidade de Maputo, e cabia a ela toda a logística para as eleições autárquicas, em 2013, e gerais, em 2014. Foi ela, inclusive, que organizou os camaradas da capital do país para o 10o.
Congresso da Frelimo, decorrido em 2012, em Pemba, província de Cabo Delgado. No 11o. Congresso da mesma formação política, uma das grandes ausências foi, obviamente, a da em alusão.
O @Verdade apurou que, neste momento de problemas bicudos, em que a antiga PCA do FDA está metida, conta-se a dedos os condiscípulos que a confortam moral e psicologicamente.
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