Todos os anos, em Moçambique surgem 159 mil novos doentes de tuberculose e 22 mil morrem, o que coloca o país na lista das nações com alta taxa desta enfermidade, alto índice de pacientes com tuberculose associada ao HIV/Sida e alta carga de resistência a medicamentos.
A ministra da Saúde, Nazira Abdula, reconheceu, na abertura da reunião de planificação do programa nacional de controlo da tuberculose, que, pese embora os esforços no sentido de combater a enfermidade, ainda não se está a fazer o suficiente com vista a eliminar a mal.
De Janeiro a Setembro deste ano, foram registados 63.790 – contra 53.009 em igual período de 2016 – casos de tuberculose e os pacientes já iniciaram o tratamento. Deste universo, 8.200 são crianças e 669 pacientes de tuberculose resistente e medicamentos, disse a governante.
Deste modo, é urgente que se encontre formas de inverter os altos índices de infecção, pois “é inaceitável que tenhamos pessoas a morrer de uma doença curável”, cujo “tratamento é gratuito e disponível em todas as unidades sanitárias”.
Por sua vez, Ivan Manhiça, chefe do programa nacional de controlo da tuberculose, no Ministério da Saúde (MISAU), corroborou no mesmo evento – que decorre sob o lema “unidos para acabar com tuberculose em Moçambique” –, que o desafio para vencer a doença prevalece enorme.
Para Nazira Abdula não existem dúvidas de que, nos últimos anos cinco a 10 anos, houve avanços significativos no combate à doença em questão. “Começa a haver estabilização no que se refere à incidência e à mortalidade”, por exemplo.
Contudo, Ivan Manhiça disse que o nosso país ainda não dispõe de uma estratégia de combate à tuberculose devidamente alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODM), que preconizam que até 2030 é imperioso que esta enfermidade seja eliminada.
A ministra da Saúde falou igualmente do facto de o chamado bacilo de Koch – nome do micróbio que causa a enfermidade – resistente a medicamento “constituir uma ameaça real”, daí que considerou ser preciso “encontrar soluções que permitam travar”, definitivamente, “o avanço da doença e renovar a esperança da humanidade”.
A governante disse, também, que é altura de “pensarmos em novas abordagens de combate à epidemia e reforçar o trabalho conjunto”.
Aliás, neste contexto, a agenda 2030 indica que só se pode lograr sucesso até aquela data se a implementação do compromisso for levado a cabo com “o engajamento profundo do Governo, da sociedade civil, dos parlamentares, do sector privado, dos académicos” e de outros actores nacionais e internacionais.
O chefe do programa nacional de controlo da tuberculose, no MISAU, acrescentou que, para além de intensificar a pesquisa e inovação na área da tuberculose, é necessário encontrar políticas arrojadas de combate e sistemas de poio ao sector.
De há tempos a esta parte, “houve progressões mas ainda estamos longe” de atingir as metas estabelecidas na agenda 2030.
Para inverter a situação, é preciso, entre outras várias acções, “acelerar o passo”, pois, neste momento, a taxa de redução do chamado bacilo de Koch está nos 2%, contra 17% desejáveis.
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