O novo presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, deu posse ao seu Governo nesta segunda-feira, e aliados o defenderam das críticas que recebeu por dar cargos de alto escalão aos generais que o ajudaram a chegar ao poder.
Empossado a 24 de Novembro, depois que Robert Mugabe, de 93 anos, renunciou na esteira de um golpe militar, Mnangagwa também foi criticado por reconvocar vários nomes da era Mugabe, inclusive Patrick Chinamasa como ministro das Finanças.
O marechal da Força Aérea Perrance Shiri, que recebeu o complicado Ministério das Terras, defendeu a sua nomeação em comentários feitos aos repórteres depois de uma cerimónia de posse simples. “Quem disse que os militares nunca deveriam ser políticos? Sou zimbabweano, por isso tenho todo o direito de participar do governo”, disse.
Shiri é temido e odiado por muitos compatriotas por ter comandado a "5ª Brigada’" que foi treinada pela Coreia do Norte e teve um papel central nos massacres étnicos cometidos em Matabeleland em 1983, quando estimadas 20 mil pessoas foram mortas.
A terra é uma questão política central no país do sul da África, onde reformas realizadas no início dos anos 2000 levaram à tomada de posse violenta de milhares de fazendas de proprietários brancos e aceleraram um colapso económico.
Outra figura militar é o ministro das Relações Exteriores, Sibusiso Moyo, que a maioria dos zimbabweanos lembra como o general que foi à televisão estatal nas primeiras horas do dia 15 de Novembro para anunciar o levante militar. Ele não quis comentar o Governo com a Reuters, dizendo que ainda não entrou no seu novo escritório.
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