Os investimentos no sector de petróleo e gás que ascenderam a 9 biliões de dólares nos últimos 12 anos têm estado a reduzir nos últimos quatro particularmente no ano em que a crise económica agravou-se em Moçambique registando a pior queda de sempre, 99,3 por cento, e quedando-se em “irrisórios” 8,5 milhões de dólares, o valor mais baixo desde 2006. “(...) Este facto não está ligado a questão da suspensão do programa do FMI sendo uma característica do sector de gás e petróleo”, esclareceu ao @Verdade o PCA do Instituto Nacional do Petróleo.
O Tribunal Administrativo inovou no seu Relatório sobre a Conta Geral do Estado (CGE) de 2016 apresentando um capítulo sobre a industria extrativa em Moçambique.
O documento que o @Verdade analisou revela que entre 2004 e 2016 as nove empresas que operam no sector de petróleo e gás, nas bacias de Moçambique e do Rovuma, investiram 9.065.473 mil dólares norte-americanos, dos quais 8.661.373 mil dólares na fase de Pesquisa e 404.100 mil, na fase de Desenvolvimento.
Os maiores investimentos foram realizados pela Anadarko Moçambique, que investiu só em pesquisa 4,7 biliões de dólares nos últimos dez anos, e pela ENI East África, que em período idêntico investiu 2,7 biliões de dólares norte-americanos.
Após os primeiros anos de investimentos modestos, apenas operava a multinacional sul-africana Sasol na bacia de Moçambique, em 2007 estes ultrapassaram as centenas de milhões de dólares e atingiram o bilião em 2012, ano em que cresceram acima do dobro do ano anterior cifrando-se em 1.869.314 mil dólares norte-americanos.
Entretanto desde essa altura os investimentos no sector entraram em declínio, mas continuou acima do bilião de dólares, até em 2016 cair 99,3 por cento para módicos 8.542 mil dólares norte-americanos.
Queda do investimento no sector de petróleo e gás não está relacionado com suspensão do Programa do FMI
O @Verdade questionou ao Instituto Nacional do Petróleo (INP) sobre os motivos dessa redução particularmente no ano em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) suspendeu o seu Programa em Moçambique como resultado da descoberta das dívidas ilegais das empresas estatais Proindicus e MAM.
Carlos Zacarias, o Presidente do Conselho de Administração do INP, explicou ao @Verdade que “grande parte dos contratos em vigor em Moçambique resultam do 2º concurso de concessão para pesquisa e produção, tendo as concessionárias iniciado com as actividades de pesquisa a partir de 2007 durante um período de 8 anos (fase de pesquisa) tendo nesse contexto sido registados grandes volumes de investimentos até sensivelmente 2014-2015”.
“Com o fim da fase de pesquisa houve enquanto, se preparavam estudos de engenharia e de viabilidade com vista a monetização dos recursos, um decréscimo no volume de investimentos como consequência do fim da fase de pesquisa. Portanto, este facto não está ligado a questão da suspensão do programa do FMI sendo uma característica do sector de gás e petróleo” acrescentou Zacarias em entrevista por correio electrónico.
Para o PCA do INP “volumes maiores de investimentos ocorrerão na fase de desenvolvimento”, revelando que em 2017, os investimentos rondaram os 600 milhões de dólares norte-americanos.
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