A promessa do Presidente Filipe Nyusi de não descansar “enquanto não tiver um país sulcado de vias de acesso transitáveis” é cada vez mais uma miragem. Em 2018 apenas 150 dos 455 quilómetros de estradas nacionais e regionais serão reabilitadas. Somente mais 250 quilómetros de estradas deverão ser asfaltadas para uma meta de mais de 2 mil quilómetros no final do mandato. O motivo, que não é assumido publicamente, é a crise precipitada pela descoberta das dívidas da Proindicus e MAM.
“Não descansarei enquanto não tiver um país sulcado de vias de acesso transitáveis que assegurem, em todas as épocas do ano, a circulação de pessoas e bens em todo o território nacional”, prometeu Filipe Nyusi na sua posse em 2015.
Após de um ano inicial promissor, desde 2016 que o Ministério das Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH) vem falhando as suas próprias metas que, diga-se, sempre estiveram longe de cobrir as reais necessidades de asfaltagem, reabilitação ou mesmo manutenção das estradas em Moçambique.
A meta do Plano Quinquenal do Governo de Nyusi estabelece que no término do mandato 2.774 quilómetros de estradas nacionais e regionais deverão ter sido reabilitadas. No entanto em 2016 foram só 239 for alvo de algum tipo de obra, em 2017 as reabilitações aconteceram em 220 quilómetros e para 2018 o MOPHRH prevê intervir em apenas 150 quilómetros.
Destacar que as estradas nacionais a serem reabilitadas são as mesmas desde 2016: N220 entre Chissano e Chibuto, N221 ligando Chibuto a Guijá, N14 conectando Lichinga a Litunde, N4 entre Ressano Garcia e Maputo, N200 a partir de Boane, passando pela Belavista até a Ponta de Ouro, e também a N6 ligando Beira e Machipanda.
Relativamente à asfaltagem das estradas nacionais, que até 2019 deverá abranger 2097 quilómetros, o Executivo avançou 92 quilómetros, fez mais 135 quilómetros em 2017 e projecta alcatroar 250 quilómetros este ano.
No entanto apenas 5 quilómetros entre Roma e Negomano são “novos”, as restantes estradas são as mesmas que têm sido adiadas há vários anos. A N11 Benfica – Milange, a N13 Malema – Cuamba, a N14 Montepuez – Ruaça, a N221 Caniçado – Mapai, N13 Cuamba – Muita , Muita – Massangulo e Massangulo – Lichinga, N104 Nampula – Nametil ou a N280 Tica – Buzi – Nova Sofala.
Contudo o @Verdade sabe parte destas obras de reabilitação e asfaltagem ainda carecem de financiamento.
Manutenção periódica em 34 dos 5 mil quilómetros de estradas previstos
Mas os pesadelo de Filipe Nyusi, será que ele não dorme como prometeu, extendem-se a manutenção de rotina que todos anos deveria ser feita a pelo 20 mil quilómetros. Em 2016 foram objecto de manutenção 13.921, no passado foram 13.906 quilómetros mas em 2018 o MOPHRH planificou obras em apenas 8.500 quilómetros.
No que a manutenção periódica, que a meta anual do Plano Quinquenal de Nyusi estabeleceu em 5 mil quilómetros, irá acontecer este ano em somente 34 quilómetros, depois de em 2017 ter acontecido em 136 quilómetros e no ano anterior ter abrangido só 125 quilómetros de estradas.
No que às pontes diz respeito, o compromisso de Filipe Nyusi é construir, reabilitar e manter 57 até ao próximo ano, em 2018 o sector planificou construir 12, reabilitar 2 e efectuar manutenção a 9. Em 2017 tinham sido iniciado a construção de 16 pontes enquanto nenhuma das 3 que deveriam ter sido reabilitadas avançou. O ano de 2016 foi o que melhor desempenho teve com a construção de todas 17 pontes planeadas, a reabilitação de 1 das 3 previstas, e a manutenção de 7 das 8 planificadas.
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