Venâncio Mondlane, membro dissidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), é desde sábado (21) o cabeça de lista da Renamo, na cidade de Maputo, para as eleições autárquicas de 10 de Outubro deste ano, o que sustenta a informação que dava conta de que ele se bandeou para esta formação política após ter sido aliciado para este propósito. Esta será a segunda vez que o engenheiro agrónomo, de 44 anos de idade, bater-se-á pela presidência da metrópole, mas por um partido diferente.
Em 2013, nas eleições autárquicas boicotadas pela Renamo, ele concorreu pelo MDM e perdeu para o actual edil eleito pela Frelimo, David Simango.
Venâncio Mondlane, publicamente conhecido por falar sem papas na língua, é um recém-chegado na “perdiz”, depois de um longo “namoro” com o falecido líder deste partido, Afonso Dhlakama.
Contudo, no uso da prerrogativa que lhe assiste, de acordo com os seus estatutos, a Comissão Política do maior partido da oposição fez vista grossa, dentre outros requisitos, aos cinco anos de militância exigidos aos seus membros para concorrerem a posições como o de cabeça de lista à edil de Maputo.
Para tal pesaram os “desafios e interesses do momento” do partido. Eleito por unanimidade, pelo Conselho da Cidade de Maputo, depois da desistência de Jaime Gingador, Gilberto Xirindza e Aristídia Chuquela, que também concorriam para a mesma posição, Venâncio Mondlane manifestou o desejo de vencer o escrutínio que se avizinha, o que na sua linguagem é “limpar Maputo”, para honrar a memória de Afonso Dhlakama.
Todavia, “sem união”, o desiderato de arrancar a capital moçambicana das mãos da Frelimo pode esfumar-se, segundo o novo militante da Reanmo, que mesmo se reunir os requisitos para chegar onde chegou sobressaiu entre os mais antigos no partidos. Ele tinha sido indicado cabeça de lista pelo MDM na capital do país, posição que ele rejeitou, na sequência de intrigas internas e pelo facto de, em Abril passado, ter sido afastado da Comissão Política, um dos núcleos “duros” daquele partido.
“A Renamo é a minha causa, é a minha família e é o meu destino. É o memento de fazer o resgate de Maputo e quem vai fazer isso são os membros”, disse.
Os três membros da “perdiz” resignados, não só desistiram de concorrer a cabeça de lista, como igualmente apoiaram e votaram em Venâncio Mondlane.
Aos olhos de Gilberto Xirindza, “Venâncio Mondlane ainda é muito jovem, tem muita energia ainda por dar (...)”.
O ex-membro do MDM, que também renunciou a deputado pela mesma formação política, considerou que a sua indicação para cabeça de lista significa que “os munícipes de Maputo voltem a sonhar" em ter a cidade de grande importância no país dirigia pela oposição.
Desde as primeiras eleições autárquicas, em 1998, Maputo está sob gestão do partido no poder, que, simultaneamente, dirige o país há 43 anos e, desde as primeiras eleições gerais multipartidárias, em 1994, ninguém consegue arrancar-lhe o leme.
Refira-se o novo militante da Renano terá como adversário, na corrida pela governação da Maputo, Eneas Comiche ou Fernando Sumbana, ou ainda Razaque Manhique, da Frelimo. Destes três, um deles será eleito cabeça de lista para Maputo pelo “batuque e maçaroca”.
Recorde que, à luz da nova lei eleitoral, aprovada semana finda pelo Parlamento, cada uma das 53 autarquias de Moçambique passam a designar-se conselhos autárquicos e as assembleias municipais chamam-se assembleias autárquicas.
Ainda nos termos da mesma legislação, será é eleito presidente do conselho autárquico o cabeça de lista do partido político, coligação de formações políticas ou grupos de cidadãos eleitores, que obtiver a maioria de votos “validamente expressos” nas eleições para a assembleia autárquica, “independentemente do empate no número de mandatos das listas concorrentes à assembleia autárquica”.
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