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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Nini Satar, detido na Tailândia, já está em Maputo e encarcerado na Cadeia de Máxima Segurança

Momade Assife Abdul Satar, nos meandros do crime conhecido por Nini Satar, já está em Maputo, desde a tarde desta quarta-feira (01). Ele foi imediatamente conduzido para o Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança da Machava, vulgo BO, confirmou o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), à imprensa. É o seu regresso à cadeia que conhece muito bem como a palma da sua mão.

O concidadão, que deixara o país alegadamente para tratamento médico na Índia, o que devia durar apenas 90 dias, foi detido no dia 25 de Julho último, no Reino da Tailândia, na sequência de um mandado de captura internacional, contra ele emitido pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM).

A medida surgiu depois da revogação da liberdade condicional que lhe foi concedido, em Setembro de 2014, após cumprir metade da pena de 24 anos, em conexão com o assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em Novembro de 2000.

Nini Satar, que viveu sensivelmente três anos no exterior e de forma ilegal, viu a sua liberdade condicional anulada no ano passado, 24 horas depois de indivíduos encapuzados, que se faziam transportar numa viatura, terem metralhado um carro-celular da Polícia da República de Moçambique (PRM) e resgatado dois perigosos cadastrados, supostamente seus comparsas.

Trata-se de José Ali Coutinho, dias depois encontrado morto na província de Maputo, e Alfredo José Muchanga. Ambos cumpriam penas de prisão maior na BO, mas nas celas anexas ao Comando da PRM da Cidade de Maputo, por práticas crimes hediondos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentou que Nini, também implicado no assassinato do procurador Marcelino Vilanculos, perdeu a liberdade condicional por ter infringido, reiteradamente, as medidas impostas, as quais consistiam em não se fazer acompanhar de pessoas de má conduta e não cometer outros crimes.

Segundo o chefe do Departamento de Relações Públicas do SERNIC, Leonardo Simbine, o compatriota chegou à capital do país por voltas das 14h00.

Ele é acusado de “autoria moral associação para delinquir, roubo e rapto”, disse a fonte, acrescentando foram instaurados processos-crime que estão em “instrução preparatória” na PGR. Os mesmos estão numa fase bastante avançada, “faltando apenas algumas diligências e uma delas é a audição do arguido”.

De acordo com a PGR, num comunicado distribuído à imprensa, em 2017, Nini liderava uma organização criminosa raptava moçambicano com o propósito de exigir avultadas quantias em dinheiro.

Aliás, em conexão com os raptos, Danish Satar, Rachida Satar e Sheila Adão Issufo, sobrinho irmã e esposa de Nini, foram também detidos, em Abril de 2012, foram restituídos à liberdade por ausência de provas contundentes.

Nini terá de cumprir em prisão efectiva o resto da pena a que foi condenado em conexão com o assassinato do jornalista Carlos Cardoso e pela fraude do então Banco Comercial de Moçambique.



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