Equipes de resgate e voluntários encontraram uma vala comum na cidade de Raqqa, no centro-norte da Síria, que continha mais de 1,5 mil corpos de civis, informou nesta quarta-feira o jornal sírio pró-governo "Al Watan".
O responsável do sindicato médico em Raqqa, Jamal al Aizi, disse ao jornal que os civis encontrados morreram "pelos ataques da coalizão americana", em alusão à aliança internacional liderada pelos Estados Unidos da América, durante a ofensiva para expulsar o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em outubro de 2017.
A coligação internacional ofereceu apoio às Forças de Síria Democrática (FSD, uma aliança integrada principalmente por curdos) durante a ofensiva para expulsar o EI de Raqqa, que chegou a ser considerada a capital do "califado" proclamado pelos extremistas em partes da Síria e do Iraque.
Aizi afirmou que "várias valas comuns" foram descobertas e que o número de vítimas enterradas já chega "a 4 mil pessoas", sem dar mais detalhes.
Um ano depois da derrota do EI na cidade, a coligação não investigou e nem admitiu a morte de centenas de civis, conforme denunciou em 15 de outubro a organização Amnistia Internacional (AI).
Segundo os cálculos desta ONG, centenas de civis morreram durante a ofensiva de Raqqa, principalmente durante os bombardeamentos da coligação.
A batalha pelo controle de Raqqa durou mais de quatro meses e a cidade ficou 80% destruída, segundo a AI, e a maior parte da população foi forçada a deixar o local.
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