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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Ministro da Agricultura desmente alerta da USAID sobre pior insegurança alimentar desde 2016, ...

Foto de Adérito CaldeiraNa semana passada a organização norte-americana Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome (FEWS) alertou que Moçambique enfrenta a pior insegurança alimentar desde 2016 e que existe um atípico e elevado número de famílias numa situação de carência alimentar. Confrontado pelo @Verdade o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar garantiu: “essa situação não existe”.

A mais recente publicação da FEWS NET, entidade da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), alerta para situação de emergência humanitária que se vive provocada pela passagem dos ciclones Desmond, Idai e Kenneth, chuvas torrenciais e inundações, no Centro e Norte, e pela seca, no Sul de Moçambique.

A publicação indica que 67.500 crianças com idades entre seis e 59 meses sofrem de malnutrição aguda dentre as quais 6.500 crianças sofrem de mal nutrição severa aguda.

A FEWS NET refere que entre Maio e Junho, a assistência humanitária dirigida a populações com fome atingiu 1,6 milhões de pessoas nos distritos afetados por ciclones no Centro e Norte do país, porém “muitos agregados que ainda não recebem nenhum tipo de assistência alimentar”.

“A produção agrícola da época 2018/2019 estará significativamente abaixo da produção da época 2017/2018 e abaixo da média dos últimos cinco anos", pode-se ler também na publicação que alerta que as famílias que ainda têm alguns alimentos nos seus celeiros poderão ficar sem nada até Setembro, devido a uma colheita significativamente baixa.

O ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule, confrontado com o documento pelo @Verdade declarou que a situação de insegurança alimentar descrita “É uma coisa nova para mim”.

“A FEWS NET? É a informação que eles tem, essa situação não existe” declarou o ministro que explicou: “Nós tivemos aquela situação de ciclones que atingiram 1,5 milhão de pessoas, isso é um facto. Depois do ciclone temos uma situação de 1,5 milhão de pessoas que perderam quase tudo, estão em processo de recuperação. O esforço inicial que nós fizemos, em conjunto com a FAO e outros parceiros, foi a distribuição de sementes, alguns já estão a colher. Outros estão na situação de ainda semear mas temos o PMA e outras organizações que estão a fazer o suplemento alimentar até ao próximo ano”.

Higino de Marrule, acompanhado pelo representante da FAO em Moçambique, Olman Serrano, acrescentou que: “na semana passada o Conselho de Ministros desmantelou a situação de Emergência Nacional, então o Governo é tão irresponsável a ponto de desmantelar, seria algo contraproducente”.



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