A Universidade Politécnica, a maior e mais antiga instituição de ensino superior privado do País, está a desenvolver várias acções com vista à melhoria da qualidade do ensino, que incidem, principalmente, sobre o currículo dos cursos leccionados, o corpo docente e a restruturação orgânica.
Para o alcance deste desiderato, a instituição vai submeter, ainda este ano, todo o seu corpo docente, independentemente do regime (tempo inteiro ou parcial), a uma formação psicopedagógica, que vai ajudar a melhorar o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula.
É, na verdade, uma prática normal na instituição, que obriga a que os docentes passem por um processo de formação psicopedagógica antes do primeiro contacto com os estudantes.
De acordo com o reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, este processo vai abranger todos os docentes (antigos e novos) da instituição, “incluindo os que já tenham a formação em psicopedagogia, pois acreditamos que podemos, sempre, aperfeiçoar os nossos métodos”.
“Temos perto de 500 docentes e todos eles vão passar por este processo, que é constituído por uma série de módulos (expressão oral e escrita, informática na óptica do utilizador, disponibilização do material didáctico através de plataformas existentes no mundo, controlo do plágio, metodologia de pesquisa, entre outros). Pensamos que esta acção vai ser uma alavanca para a melhoria da nossa qualidade”, explicou o reitor.
O conjunto de acções em curso na Universidade Politécnica inclui, também, a introdução, há cinco anos, da auto-avaliação, que é um conjunto de normas, mecanismos e procedimentos que são operados pelas próprias instituições de ensino superior para aferirem o seu desempenho (qualidade da instituição, dos cursos ou programas, bem como dos padrões legalmente estabelecidos).
“A avaliação, sobretudo quando é feita por nós (estudantes, docentes, empregadores, empresas onde os estudantes fazem o estágio), ajuda-nos a ver as nossas fraquezas e as coisas que estamos a fazer bem para que possamos fazê-las melhor. Qualquer instituição viva pode melhorar, sempre”, considerou Narciso Matos.
Por isso, “a universidade está a investir recursos (humanos, financeiros e materiais) porque é uma coisa boa, e isso é consubstanciado pelas recomendações que temos recebido nas avaliações externas, que são feitas pelos nossos pares, independentes, dirigentes de outras instituições de ensino”.
Como resultado deste exercício, todos os cursos até agora submetidos à avaliação externa, liderada pelo Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior (CNAQ), foram considerados acreditados, estando a instituição a implementar melhorias consoante as recomendações. O outro exercício no qual a Universidade Politécnica está empenhada é a avaliação dos currículos dos cursos leccionados, após o fim do seu ciclo de vida (cinco anos), visando adequá-los às necessidades do mercado.
Assim, em 2021 a instituição vai iniciar o ano académico com cursos revistos, sendo que alguns vão continuar, mas com conteúdos “refrescados”, enquanto outros vão mudar de nome ou ser descontinuados, porque “há necessidades do mercado às quais temos que atender”. “Vamos registando as lacunas, as disciplinas que deviam ser introduzidas mais cedo, as necessidades do mercado, entre outros elementos. Por exemplo, hoje fala-se muito da ética e deontologia profissionais e da higiene e segurança no trabalho, e há necessidade de incluir esses conteúdos nos cursos.
Ou seja, vamos reunindo as evidências e no fim do ciclo de vida dos cursos fazemos uma revisão profunda”, disse. Para além do aspecto curricular, segundo o reitor, há mais elementos que podem ditar a revisão ou a descontinuação de um curso: “Há cursos que já não registam muita procura. Há cinco ou 10 anos tinham aceitação, mas hoje encontramos as salas com 10 ou 15 estudantes, no primeiro ano, e à medida que progridem o número reduz. E não é estimulante leccionar ou estudar nessas condições, nem é viável financeiramente”.
A médio e longo prazos, a Universidade Politécnica pretende criar o seu corpo docente a partir dos seus próprios estudantes, e, para tal, está em curso o processo de reestruturação interna, tendo em vista aferir as condições das unidades orgânicas, bem como as suas necessidades.
Este processo vai permitir “sabermos o número mínimo de pessoal qualificado que precisamos de recrutar entre os nossos graduados, principalmente os que concluem os cursos com distinção. Vamos trabalhar com eles como monitores, estagiários e, no fim, vão decidir se pretendem ser professores ou investigadores da nossa universidade ou se preferem seguir a sua carreira. Vamos criar condições para que façam o mestrado e o doutoramento, entre outras formações. Daqui a 10 anos seremos diferentes”.
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