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quinta-feira, 12 de julho de 2018

@Verdade Editorial: Assim vai a gestão da coisa pública

Hoje parece que nenhum moçambicano tem dúvidas de que a situação que se vive nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) não é somente fruto de má gestão e incompetência, mas também de um bando de abutres que se cravaram naquela empresa. A reportagem publicada na última quinta- -feira (12) pelo Jornal @Verdade revela um das razões que empurrou a companhia aérea de bandeira nacional para o fundo do poço. E essa situaçao é a imposição às LAM pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no transporte de jogadores no âmbito do Moçambola. Ou seja, a Liga Moçambicana de Clubes (LMF) é um dos maiores devedores da companhia com um saldo actual de 95 milhões de meticais.

Além da entidade que gere o Campeonato Nacional de Futebol da 1ª divisão no nosso país, existe ainda uma lista infindável de instituições devedores, como é o caso de Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), Moçambique Celular (Mcel), Sociedade de Notícias, Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Clube de Desportos da Maxaquene e o Banco Nacional de Investimentos. O mais caricato é que essas instituições produzem bastante dinheiro, mas não se têm mostrado vontade para saldar a dívidas, situação essa que coloca as LAM num abismo sem precedentes.

Porém, o que mais causa indignação e, ao mesmo tempo, revolta é a forma como os gestores das LAM tratam a empresa. Ou dito sem metáfora, os gestores olham para a companhia de bandeira nacional como um saco azul ou uma represa para levar água ao seu moinho.

Quase todos porque lá passaram fizeram a questão de não sair de mãos a abanar. Um exemplo disso é que alguns desses gestores amealharam fortuna graças a empresa. Um dos casos é o de Iacumba Aiuba, Administrador Delegado entre Julho de 2014 e Fevereiro de 2016, que após ser demitido e indemnizado como gestor público recorreu aos tribunais para ser ressarcido como gestor e uma empresa privada, tendo ganho em 1ª instância o direito de ser indemnizado em 23 milhões de meticais.

Essa situação não só mostra as razões do receio do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) em demitir os gestores de topo das LAM, mas também revela o quão gananciosos são os indivíduos que lhes são confiados a coisa pública. Portanto, de uma grande e invejável empresa, esse bando de abutres conseguiu transformar as LAM numa das mais infames instituição do país, quiçá mundo.



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