Cerca de 70% de 174 pequenas e médias empresas moçambicanas do ramo industrial não investem no treinamento da sua força de trabalho, segundo um estudo desenvolvido pela Associação Industrial de Moçambique (AIMO), realçando que aquela situação está na origem da fraca competitividade das firmas nacionais.
Apesar de benefícios fiscais concedidos a firmas que apostam na formação da sua força laboral, "a maior parte das empresas não está familiarizada com o Código de Benefícios Fiscais, em vigor desde 2009", de acordo com resultados daquela pesquisa, divulgada, esta Segunda-feira, em Maputo, durante a II Conferência sobre Competitividade e Industrialização de Moçambique.
Entretanto, a pesquisa destaca que muitas empresas alegam a complexidade do processo de obtenção de isenção e o "facto de o benefício fiscal ser dependente do lucro realizado nos primeiros cinco anos, quando a lucratividade das empresas industriais requer um período mais longo".
Por outro lado, a maior parte das empresas abrangidas pelo estudo reconhece limitações na competência da sua mão-de-obra, "mas, mesmo assim, não investe no seu treinamento", acrescenta ainda a AIMO.
Por seu turno, Agostinho Vuma, vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), indicou que o dificil acesso e custos de financiamento, limitado uso de tecnologias modernas, falta de certificação e burocracia nos processos de importação de matérias-primas são outros constrangimentos que concorrem para a baixa competitividade das empresas nacionais.
A crescente exploração de recursos minerais estratégicos torna urgente a existência de uma estratégia de formação de uma classe laboral mais qualificada, "na medida em que Moçambique deixa de ser uma economia meramente agrícola, para se tornar num país com uma indústria em ascensão e com reconhecimento internacional", segundo ainda Agostinho Vuma.
Refira-se que a cerimónia de abertura foi orientada pelo ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba.
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