O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo, disse neste sábado, numa entrevista em Abidjan, que os crimes mais graves ocorridos durante a crise pós-eleitoral na Costa do Marfim, entre 2010 e 2011, foram cometidos pelas "forças" do ex-presidente Laurent Gbagbo.
"Acho muito importante que as pessoas acompanhem as discussões do Tribunal, para que entendam com detalhes o que aconteceu na Costa do Marfim", disse o promotor.
Luis Moreno-Ocampo chegou ontem a Abidjan, onde se encontrou com o líder actual, Alassane Ouattara. Reuniu-se já com representantes do partido de Laurent Gbagbo, a Frente Popular Marfinense.
Gbagbo está preso desde novembro de 2011, em Haia, pelo TPI, acusado de "co-autoria indirecta" de crimes contra a Humanidade e de guerra cometidos pelas suas forças durante a crise.
O ex-presidente gerou uma crise ao não reconhecer a sua derrota nas eleições presidenciais de novembro de 2010, que terminou em 11 de abril de 2011, após duas semanas de guerra. Três mil pessoas morreram.
A audiência de confirmação de acusações, que deve permitir aos juízes determinar se as provas reunidas pela acusação contra o ex-presidente são suficientemente sólidas para a realização de um julgamento, deve começar no próximo dia 18.
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