Por um lado temos um discurso masculino que, "por natureza", masculiniza as palavras. E palavras são, entre outras coisas, reflexo de relações sociais concretas.
Por outro lado, temos um discurso feminino que interiorizou e interioriza até à medula a masculinidade, seja aceitando-a (então não fala, colada ao mundo penumbroso da subalternidade), seja impugnando-a (então fala, mas fá-lo atribuindo aos homens o dever de conferir paridade às mulheres).
Há todo um vasto campo de pesquisa por explorar, mesmo quando tudo parece ser já explorado. Por exemplo, tenho para mim e por hipótese, que algumas feministas são o anseio vigoroso da masculinidade.
Complexa tarefa de Jano, esta: desmasculinizar e desfeminizar vida, acções e verbo. Em relação ao verbo: serão as mulheres capazes de o desmasculinizar e os homens de o desfeminizar? Inquietante problema que desce e vive na trama social.
O género é, quase sempre, o género de um equívoco.
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