O Conselho Municipal da Cidade de Maputo diz já ter dinheiro para o encerramento da lixeira de Hulene, na capital do país, mas os residentes ao redor terão de aguentar mais cinco anos a conviver com o lixo. É que os problemas à volta da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, já têm barba branca e estão a ser debatidos há já muitos anos.
Ocorre que o aterro está no meio do aglomerado populacional causando sérios problemas respiratórios aos moradores devido à fumaça da queima do lixo. Para além disso, o lixo ali depositado provoca moscas e cheiro nauseabundo, constituindo um verdadeiro atentado à saúde pública.
Neste sábado, o Município garantiu, num encontro com a população promovido pela Livaningo, uma organização que luta pela preservação do meio ambiente, que já conseguiu mobilizar o valor necessário para o encerramento da lixeira, e, por isso, será lançado um concurso para encontrar a empresa que deverá executar as obras.
"A mobilização está num estágio muito avançado e posso dizer que está garantido, graças a boas relações com o governo da Coreia, por isso, já estamos no processo de encerramento da lixeira", disse João Mucavel, director de Salubridade e Cemitérios no Município de Maputo.
Entretanto, o processo de encerramento só será terminado em cinco anos, durante os quais a população vai continuar a conviver com o lixo, imundície e os problemas que daí advêm.
Apesar de não ter divulgado o valor conseguido, o Município reconhece que cinco anos é muito tempo para a população continuar a conviver com o lixo, com todos os problemas advenientes.
"Realmente é muito tempo, mas nós não podemos mentir para as pessoas. É que o encerramento não é só fechar e ponto final, é um processo que leva tempo, para a construção do novo aterro, o que vai se fazer com os que sobrevivem do lixo, etc", acrescentou o dirigente.
A Livaningo defende, porém, que a demora para encerrar a lixeira mostra a falta de sensibilidade do executivo. "Nós já estamos nesta causa há mais de 12 anos e nada se resolve. A lixeira é um verdadeiro atentado à saúde pública e devia merecer prioridade de governação, mas o que vemos é que, de mandato em mandato, se esquece do problema da lixeira. Acho que os nossos governantes não têm a sensibilidade necessária para perceber o sofrimento que as populações ao redor passam", desabafou Maurício Sunila, director-adjunto da Livaningo.
Com mais de 30 anos, a lixeira de Hulene é um espaço a céu aberto localizado a 7 quilómetros do centro da cidade de Maputo e o único destino para onde todo tipo de lixo produzido na capital do país vai parar.
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