Jovens filiados a várias organizações provenientes de diferentes países africanos que participam da Conferência Africana da juventude sobre a Democracia e Boa Governação, evento organizado pelo Parlamento Juvenil, foram unânimes nas suas intervenções ao exigirem a sua inclusão efectiva nas políticas públicas. O que acontece, segundo relataram em intervenções isoladas, existem várias políticas, convenções e resoluções que nunca saíram do papel para implementação prática.
Foi na segunda parte do primeiro dia da Conferência que subiram ao pódio jovens de diversos países para abordar o tema: Juventude, Cidadania e Participação Política. Sob moderação do historiador e analista político Egídio Vaz a mesa foi composta por Mbanza Hamza, líder do Movimento Cívico pela Mudança em Angola; Clement Makuwa, do Malawi e Jonathan Aviisah do Gana.
Numa tarde bastante interactiva, os jovens apontaram aquilo que chamam de obstáculos para a afirmação do ideal juvenil e mais uma vez voltaram a acusar os governos de os marginalizar de forma recorrente por via da politização e partidarização das oportunidades.
Partilhou sua experiência pessoal, Mbanza Hamza de Angola. Disse que vive num País onde as liberdades são reprimidas com recurso a todos os meios. "Quando nos manifestamos pacificamente contra a imoralidade dos dirigentes, somos perseguidos, batidos e detidos, mas nós sabemos o que queremos e o que estamos a advogar". Disse ainda que é preciso que a juventude persista e não desista de ser jovens. Até porque, segundo disse, a juventude não é um estado mas sim um espírito.
Clement Makuwa disse que a pró actividade é a chave para o sucesso da juventude. Afirmou que a maior arma nas mãos dos políticos é a fraqueza da juventude. Na sua opinião, enquanto a juventude continuar a dormir vai assistir a sua riqueza a ser saqueada de forma desenfreada e sem política de inclusão, sendo que é seu futuro que está em causa.
Todas as outras intervenções que se seguiram foram unânimes em denunciar marginalização e falta de observância de todos os preceitos da carta africana para boa governação, sobretudo no capítulo da inclusão juvenil nas políticas públicas. Os jovens chamaram a si, a responsabilidade de serem os obreiros da mudança que desejam nos seus países, apesar de todas as dificuldades instituídas.
Refira-se que a segunda parte do debate contou com a presença do representante da ministra da Função Pública, Vitória Diogo que trouxe o entendimento oficial da Carta africana sobre a boa governação.
O representante da ministra chamou aos jovens à responsabilidade de denunciar e contestar a politização das oportunidades.
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