Nelson Mandela continua hospitalizado pelo quarto dia consecutivo e os médicos concluíram que o ex-presidente sul-africano, de 94 anos, sofreu uma recaída e está com uma infecção pulmonar, mas está a reagir bem ao tratamento, informou do governo em comunicado nesta terça-feira (11).
Enquanto o governo afirma que não há "motivo para alarme" a sua esposa, a moçambicana Graça Machel, disse a uma cadeia de televisão local que a "chama" de Madiba está a diminuir.
Nas suas primeiras declarações públicas, desde que o esposo foi internado para exames médicos, Graça, que apresentava-se calma disse "quero dizer que o seu espírito e a sua chama estão a diminuir".
Mandela, de 94 anos, foi internado no sábado no Hospital Militar de Pretória, para "exames de rotina". O Exército é responsável pela saúde dos presidentes e ex-presidentes sul-africanos.
Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul e um símbolo mundial de resistência ao racismo e à injustiça, passou 27 anos nas prisões do apartheid, incluindo 18 anos na Ilha Robben, na costa da Cidade do Cabo. Ele foi libertado em 1990 e eleito presidente em uma eleição histórica de todas as raças em 1994, que terminou com o regime da minoria branca na economia mais importante da África.
Mandela usou seu prestígio inigualável para pressionar pela reconciliação entre brancos e negros, criando uma comissão para investigar crimes cometidos por ambos os lados na luta antiapartheid. O partido Congresso Nacional Africano, de Mandela, continuou a governar desde sua aposentadoria da política em 1999, mas tem sido criticado por corrupção e lentidão para lidar com as desigualdades da era do apartheid na educação, habitação e saúde.
Quando Mandela foi internado no sábado, funcionários enfatizaram que não havia motivo de preocupação, embora a imprensa local tenha sugerido que altos membros do governo e pessoas próximas a ele tenham sido pegos de surpresa.
Mandela continua a ser um herói para a maioria dos 52 milhões de habitantes da África do Sul, e duas breves passagens pelo hospital nos últimos dois anos foram notícia de primeira página nos jornais do país. Ele passou um tempo em um hospital de Johanesburgo, em 2011, com um problema respiratório, e novamente em fevereiro deste ano por causa de dores abdominais. Ele teve alta no dia seguinte depois de um exame mostrar que não havia nada sério. Desde então, o ex-presidente tem passado a maior parte de seu tempo em Qunu.
A sua saúde frágil o impede de fazer quaisquer aparições públicas na África do Sul, embora tenha continuado a receber visitantes nacionais e internacionais de alto escalão, incluindo o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, em julho.
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