Um cidadão que partiu de Maputo foi detido esta quarta-feira(08) no Aeroporto Internacional de Hong Kong na posse de cornos de rinocerontes. O @Verdade apurou que os traficantes de troféus da caça ilegal chegam a pagar até 50 mil dólares para que as suas malas com o contrabando passem por toda a vigilância do Aeroporto Internacional de Mavalane. Só no ano passado foram abatidos por caçadores furtivos 667 rinocerontes no Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo.
Um jovem de 21 anos de idade, cuja nacionalidade não foi divulgada, foi detido pelas alfândegas do Aeroporto Internacional de Hong Kong na posse de onze pedaços de cornos de rinocerontes pesando sete quilogramas.
O passageiro chegou na tarde desta quarta-feira(horário local) proveniente de Maputo, através de um voo da Etiophian Airlines, reporta o jornal "The Standard" de Hong Kong. Os pedaços de cornos de rinocerontes foram encontrados embrulhados em papel de alumínio e com fita cola da sua bagagem que transportou na cabine do avião.
Esta não é a primeira vez que passageiros conseguem passar com contrabando pelo Aeroporto Internacional de Mavalane, na capital moçambicana, seja na bagagem de cabine ou mesmo na bagagem de despacham no porão do avião, apesar de toda ela passar pela fiscalização chamada intrusiva, de scanners, onde estão sempre posicionados pelo menos três vigilantes, entre agentes da Polícia da República de Moçambique e da Autoridade Tributária.
Uma fonte ligada ao combate à caça ilegal em Moçambique revelou ao @Verdade que os traficantes pagam aos vigilantes, para não verem o conteúdos das malas, até 50 mil dólares norte-americanos em dinheiro vivo, “o que está ali é muito mais, apenas um quilo no destino vende-se a 60 mil dólares”.
“O traficante chega ali, procura saber quem está no scanner e arranja maneira de contactar-lo e propõe-lhe o negócio”, onde o vigilante sempre sai a ganhar “(...)porque o contrato é se o traficante for apanhado eles deixam escapar, portanto o pessoal no aeroporto não perde nada mesmo que a mala é apanhada”.
Aliás no ano passado as autoridades moçambicanas apreenderam em duas ocasiões quatro malas com cornos de rinocerontes que preparavam-se para sair de Moçambique pelo Aeroporto Internacional de Mavalane. O passageiro que era o proprietário das duas primeiras malas, um cidadão de nacionalidade vietnamita, conseguiu fugir de dentro da Aeroporto. Na segunda apreensão o traficante, outro cidadão de nacionalidade vietnamita, foi detido mas foi liberto pelo juiz de instrução mediante o pagamento de caução. Naturalmente desapareceu de Moçambique.
Caçadores furtivos abateram 667 rinocerontes no Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo
A Lei moçambicana só pune com cadeia os caçadores furtivos, quando são apanhados e se consegue leva-los a julgamento. A rede de traficantes que passa pela autoridades policiais e de justiça nos distritos próximos às áreas de caça furtiva, pelo transportador que faz o troféu chegar a cidade até ao intermediário que o leva para fora do País, quando são apanhados apenas recebem como punição uma multa que embora possa ser de alguns milhões de meticais está facilmente ao alcance da rede de criminosos muito bem organizados.
Embora em Novembro a Assembleia da República tenha revisto a chamada Lei de Protecção, Conservação e Uso Sustentável da Diversidade Biológica, para passar a penalizar com pena de prisão maior de 12 a 16 anos e multa correspondente aquele que abater, chefiar, dirigir, promover, instigar, criar ou financiar, aderir, apoiar, colaborar, de forma directa ou indirecta, grupo, organização ou associação de duas ou mais pessoas que, actuando de forma concertada, pratique conjunta ou separadamente o crime de abate ou destruição das espécies protegidas ou proibidas da Fauna e Flora, incluindo as espécies constantes na Lista dos Anexos I e II da CITES ou a exploração ilegal de recursos minerais na Áreas de Conservação e zona de tampão, o @Verdade apurou que o dispositivo legal está guardado e não foi enviado para promulgação.
O rinoceronte, que já esteve extinto em Moçambique, pode novamente ser encontrado no Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo, de acordo com o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural é uma população transfronteiriça de cerca de duas dezenas de animais. Durante o ano de 2016 os caçadores furtivos abateram 667 rinocerontes nesse Parque(constituído pelo Parque Nacional do Limpopo em Moçambique, Parque Nacional do Kruger na África do Sul e o Parque Nacional do Gonarezhou no Zimbabwe), dos quais cinco dentro do território nacional.
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