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quarta-feira, 8 de março de 2017

Lixo abunda em Nampula

A cidade de Nampula, que algum dia experimentou o fracassado projecto denominado “Warya Wa Wamphula”, com o qual o edil Mahamudo Amurane pretendia limpar a urbe quando acabava de tomar posse [07 de Fevereiro de 2014], está abraços com quantidades enormes de lixo. Trata-se de um problema originado pela fraca capacidade de recolha pelo município.

Mahamudo Amurane, presidente daquela autarquia, reconheceu a situação e disse que dos 1.260 metros cúbicos de lixo que são produzidos diariamente, apenas consegue-se remover metade. A estética da cidade está a ficar ofuscada pelos resíduos sólidos.

A situação é deveras preocupante e a chuva que cai, por vezes, em Nampula reacende o receio de contágio pelas doenças tais como diarreia e cólera, bem como a malária devido à proliferação de focos de mosquitos. Aliás, é em Nampula onde 129 pessoas padecendo de cólera deram entrada no Centro de Saúde de Namialo, no distrito de Meconta, de Janeiro deste ano a esta parte. A chamada doença de mãos sujas, já está a alastrar-se para o distrito de Monapo.

Segundo as autoridades sanitárias, eclosão do surto de cólera foi reportada sobretudo nas comunidades distantes dos postos administrativos de Netia, nas localidades de Mecuco no distrito de Monapo.

Ainda no que tange à proliferação do lixo em na urbe do maior círculo eleitoral de Moçambique, a título de exemplo, o chefe da Repartição da Saúde nos Serviços Distritais da Mulher e Acção Social, mostrou-se também preocupado com o problema na recolha de resíduos sólidos.

Segundo a fonte, que se identificou pelo nome de Firmino, no ano passado pelo menos 15.396 cidadãos padecerem de diarreia, 219.294 de malária e 2.105 de disenteria, o que pode estar associado ao lixo.

“Nas reuniões multissectoriais que temos realizado com vista a definirmos estratégias de prevenção de eventuais doenças resultantes dos problemas de saneamento do meio enfrentamos dificuldade. Os responsáveis da edilidade (...) nunca se fazem presentes”, disse o nosso interlocutor.

Mahamudo Amurane divide as culpas pela fraca recolha do lixo com a Electricidade de Moçambique (EDM). Esta empresa demora canalizar à edilidade o dinheiro referente à taxas de lixo que o município cobra no acto de compra de energia.

Aquela empresa pública ainda tem por transferir para a edilidade valores referentes a três meses de 2015 e quatro de 2016. E não justifica as causas de demora da canalização desses fundos, de acordo com Amurane. “A acredito que não há má-fé por parte da EDM (...) mas vamos continuar a persuadir para termos um esclarecimento". A edilidade importou da China pelo menos 12 contentores para a recolha de resíduos sólidos. Cada um deles tem capacidade de 10 toneladas e foram destinados a zonas de difícil acesso.

Outra preocupação manifestada por Amurane tem a ver com a falta de uma lixeira municipal para o tratamento do lixo segundo as normas internacionalmente recomendadas.

Na cidade de Nampula, a edilidade conta com 12 associações distribuídas pelo igual número de posto administrativo para a remoção de lixo.

EDM declina dívida com o município de Nampula

O director da EDM, Área Operacional de Nampula, Belmiro Mateus, refutou as acusações de Amurane e disse que tudo resulta da deficiente comunicação entre as partes. Mas todas as transferências monetárias a que o município tem direito já foram supostamente canalizadas.

O nosso entrevistado apresentou ao @Verdade alguns comprovativos sobre as transferências feitas pela EDM.

Em Julho de 2016, a EDM transferiu para o Conselho Municipal de Nampula pelo menos 814 mil meticais. Já em Agosto o valor foi de 846mil, contra 846.814 meticais em Setembro, entre outros fundos.



via @Verdade - Últimas http://ift.tt/2mDR1aM

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