Os trabalhadores moçambicanos não estão satisfeitos com os seus magros salários, nem com as precárias condições laborais, mas, a julgar pelo desfile do 1º de Maio na cidade de Maputo, aceitam pacificamente o que os patrões estão dispostos a dar ignorando que o custo de vida agravou-se devido as decisões políticas do partido Frelimo, que ironicamente ocupou um lugar na primeira fila do palanque. “Enquanto RSA diz Zuma out, Moz diz Frelimo in to jail”, lia-se num dos dísticos dos trabalhadores do MDM que se juntaram às cerimónias centrais do Dia do Trabalhador na capital onde o Presidente Filipe Nyusi não se dignou a participar, nem nenhum membro do seu Executivo.
Em vez de mais um dia de luta pelos seus direitos e melhores condições o 1º de Maio em Moçambique continua a ser um dia de “celebração”. Aprumados com camisetes e capulanas novas, pagas pelos patrões, alguns milhares de trabalhadores(cerca de 40 mil segundo as previsões da OTM) repetiram o tradicional desfile pela avenida 25 de Setembro até praça que carrega o seu nome. Outros aproveitaram para publicitar os serviços e produtos da empresas onde trabalham esquecendo os dramas do quotidiano.
Os profissionais da Saúde fizeram o mais audível grito reivindicativo das cerimónias, “Trabalhamos muito e ganhamos 500(meticais)”, em alusão ao aumento para os funcionários públicos.
Alguns trabalhadores do supermercado Game manifestaram a sua preocupação com alegados “despedimentos ilegais” enquanto outros poucos funcionários do Shoprite exigiram “direitos iguais entre nacionais e estrangeiros”.
Os funcionários das Telecomunicações de Moçambique contestaram fusão com a Moçambique Celular, apelidando o processo que o Governo tem em curso como um “fiasco”, enquanto os futuros colegas da empresa de telemóveis recordaram que “por trás de 840 trabalhadores há 4.200 pessoas que deles dependem”.
Grande parte dos trabalhadores desfilou empunhando dísticos com os slogans oficiais da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos(OTM), “sindicatos unidos contra o elevado custo de vida e precarização do emprego”.
Entrevistados pelo @Verdade todos queixam-se dos parcos salários, do custo de vida mas não tem em perspectiva nenhuma outra forma de luta por melhores condições de trabalho e sociais, salvo este desfile pacífico e sem emoção que claramente é ignorado pelo Governo assim como pelos patrões.
O Chefe de Estado, Filipe Nyusi, que se auto-proclama “empregado do povo”, não apareceu mantendo a tradição iniciada por Armando Guebuza e nenhum membro do Executivo se dignou a estar presente no palanque. O edil de Maputo, David Simango, foi a mais alta figura do Estado presente.
Com o movimento sindical submisso ao partido Frelimo, cujo primeiro secretário ao nível da Maputo esteve sentado na primeira fila do palanque, tiveram de ser trabalhadores do Movimento Democrático de Moçambique(MDM) a recordarem aos moçambicanos quem são os responsáveis pelos nossos problemas.
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“O lugar dos vampiros das dívidas é na cadeia” recordaram num dos cartazes os trabalhadores membros da terceira força política em Moçambique, “Porque Guebuza ainda está fora da cadeia” ou “Krol queremos os nomes dos gatunos” pôde-se ler nos dísticos que o MDM trouxe para o desfile.
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