A projecção de uma democracia assente e sólida foi o móbil da destruição massiva de infra-estruturas, perda de alguns valores sócio-culturais, bem como de várias vidas humanas na pá(t)ria a(r)mada.
É importante recordar veementemente destes eventos letais por forma a remediar e assegurar que não haja eclosão de novos conflitos resultantes de "brincadeiras políticas", pois isto simplesmente retarda a construção e desenvolvimento de uma nação dotada de sanidade, a todos os níveis.
Com a sua aparente consolidação, o país assiste e vive situações mais sombrias do que antes vistas, desde a injustiça social ao aniquilamento dos direitos básicos de que um cidadão deve prover.
O anormal, nesta pá(t)ria, virou normal! O silenciar vozes promissoras e desassossegadas tornou-se um imperativo daqueles que PODEM. O egoísmo exacerbou-se. A ganância ganhou espaço e plantou medo nos que detem PODER, sim medo, medo de partilhar, medo do conveniente, medo do óbvio, medo das suas convicções, enfim, medo dos seus medos.
Geralmente, quando os pleitos se abeiram, o medo se atiça e se aflora à pele dos que PODEM, e aí todos os recursos são indubitavelmente válidos para intimidar a quem tenciona tirar PODER aos que PODEM. Os recursos peculiares são em grosso modo despidos de alcance jurídico, convocam a Constituição da República ao total olvido, e agem como se ela deixasse de existir. Todo instrumento legal se afasta para dar conforto aos seus intentos. Os que têm PODER!
As inibições ao exercício político que assistimos de forma mais barata e caricata, carecem de algum cunho legal, mas estão potencialmente munidas de interesses tipicamente políticos. É a democracia resultante de batalhas doridas e indeléveis ao olhar de qualquer moçambicano? Ou é uma democracia que esconde certos interesses, ou seja, interesses vestidos de democracia? É preciso democratizar a democracia.
A ideia fulcral deste textículo talvez não seja debruçar afincadamente em torno da democracia, pois com um pouco de lucidez, percebemos que ela é ainda latente. O ponto aqui é tecer algum comentário em torno da exclusividade e sofisticação a que a CNE-F desfila nesta temporada. É notório que os afastamentos dos potenciais adversários ganham azo, e trazem-nos uma realidade desabituada.
Da forma como as coisas são rumadas, esparge um vaga sensação de que teremos em primeira mão, se a memória não atraiçoa, na história desta nação, um candidato as municipais a concorrer com ele próprio, e por ironia não atingir um quarto da percentagem dos potenciais eleitores.
Lógico, potenciais eleitores estão para potenciais candidatos. Não é por acaso que a CNE-F, resolveu unir o inútil ao desagradável, cometendo o desagradável acto de perseguição política em beneficio do inútil candidato.
Por Neto Saete
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