A política monetária do Banco de Moçambique continua a enriquecer o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) que em 2018 aumentou a sua margem de lucro para 9,8 biliões de Meticais, mais do que o dobro dos 4 biliões que obteve antes do início da crise económica e financeira no nosso país. “Ao nível do negócio não há qualquer tipo de queda, há até um crescimento relevante” enfatizou Paulo Sousa, o vice-presidente do Conselho de Administração do maior banco comercial no nosso país.
No terceiro ano da crise económica em Moçambique o banco que insiste ser daki, mas na realidade é detido pelos accionistas portugueses Caixa Geral de Depósitos e Banco Português de Investimento, aumentou a sua margem financeira de 8 biliões em 2017 para 9,8 biliões de Meticais.
Embora o crescimento deste indicador, que é a base do lucro das instituições de crédito e que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros que remuneram os depósitos, tenha ficado aquém dos mais de 2 biliões de Meticais obtidos consecutivamente nos exercícios de 2017 e 2016 o BCI aumentou os seus lucros.
“Ao nível do negócio não há qualquer tipo de queda, há até um crescimento relevante” enfatizou Paulo Sousa, vice-presidente do Conselho de Administração, durante a apresentação de resultados.
Paulo Sousa assinalou que o crédito a clientes caiu 4,9 por cento, como resultado do nível de taxas de juro e da evolução da economia moçambicana, que em 2018 desacelerou para 3,3 por cento, no entanto partilhou: “que sentimos a partir de Outubro do ano passado já uma inversão da tendência, nomeadamente do consumo privado e do investimento privado”.
No período referido por Sousa o BCI manteve os seus altos spreads que vinha praticando desde 2017 (6,5 por cento para crédito à Habitação; 12,5 por cento para crédito ao consumo; 11,5 por cento para empréstimos de curto ou longo prazo e 9,5 por cento no Leasing) e por isso facturou 12 biliões de Meticais em juros sobre os produtos de crédito que vendeu aos seus clientes durante 2018.
As taxas e comissões que o Banco Comercial e de Investimentos cobrou aos moçambicanos em crise renderam 2,4 biliões de Meticais, mais de metade obtido cada vez que as suas ATM´s ou POS´s são usadas e pelos clientes de contas móveis que já são 1,2 milhão.
O resultado líquido quase duplicou para 4 biliões de Meticais, comparativamente aos 2,3 biliões obtidos no exercício de 2017 e ao 1,4 bilião do primeiro ano da crise em Moçambique.
Dívida Interna de Moçambique rendeu mais de 4 biliões de Meticais ao BCI
Mas para além do crescimento do produto bancário, particularmente os ganhos obtidos com serviços e comissões cobradas aos seus clientes, contribuiu para estes bons resultados do BCI os rendimentos obtidos com o investimento em Títulos de Dívida Pública Interna do Estado cuja carteira aumentou de 19,86 para 22,81 por cento e rendeu em juros no ano passado renderam mais de 4 biliões de Meticais.
O @Verdade não conseguiu descortinar quando rendeu ainda ao Banco Comercial e de Investimentos as Garantias prestadas pelo Estado moçambicano, principalmente para a deficitárias Empresas Públicas LAM, Petromoc, TDM, Mcel que ascendiam a 36,9 biliões de Meticais.
Recordar que o BCI foi um dos bancos nacionais que comprou secretamente as dívidas ilegais que precipitaram a crise que Moçambique enfrenta. Segundo a Auditoria da Krol o banco adquiriu 30 milhões de dólares norte americanos em dívida ilegal da Proindicus e mais 25 milhões de dólares em dívida ilegal da EMATUM.
“O Banco tem vindo a reduzir progressivamente a sua exposição a Títulos de Dívida Pública em moeda estrangeira e neste momento é já muito residual a componente dos activos financeiros que estão denominados em moeda estrangeira”, referiu Paulo Sousa na apresentação das contas de 2018 que está disponível no sítio da internet do BCI.
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