O Governo quantificou em 3,2 biliões de Dólares norte-americanos as necessidades de reconstrução de infra-estruturas públicas e privadas, danificadas pelos ciclones Idai e Kenneth no Centro e Norte de Moçambique, assim como para a compensação por perdas de actividade produtiva aos cidadãos das províncias de Sofala e Cabo Delgado. Um desejo a ser apresentado no fim do mês na Conferência Internacional de Doadores que supera as perdas quantificadas pela CTA que estimou em 549,5 milhões os danos materiais e perdas de negócio dos seus associados.
Embora o Executivo tenha anunciado nesta terça-feira (14) serem necessários 3.2 biliões de Dólares norte-americanos para a reconstrução e reposição das infra-estruturas públicas e privadas destruídas pelos ciclones Idai e Kenneth o relatório detalhado ainda não foi tornado público.
O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos disse na plenária da Assembleia da República, nesta quarta-feira (15), que “em termos de danos temos cerca de 1,5 bilião de Dólares, dos quais cerca de 840 milhões do sector público e cerca de 600 milhões do sector privado”.
“No que diz respeito às perdas temos cerca de 1,5 bilião de Dólares, sendo que cerca de 181 milhões do sector público e cerca de 1,2 bilião referente ao sector privado” acrescentou João Machatine na sessão de perguntas dos deputados ao Governo.
Ao @Verdade o ministro Machatine esclareceu que “danos referem-se a destruição de bens tangíveis, agora perdas são os prejuízos decorrentes da não realização de uma actividade”.
145 milhões de Dólares de danos só no sector empresarial de Sofala
Contudo estes valores do Governo são muito superiores as estimativas apresentadas na semana passada pela Confederação das Associações Económicas (CTA) que quantificou em 549,5 milhões de Dólares as perdas dos sector privado.
“As estimativas de danos preliminares indicam cerca de 145 milhões de Dólares, referente a danos só no sector empresarial”, indicou o economista Eduardo Sengo, durante o 2º Economic Briefing da CTA, tendo precisado que 141,9 milhões referem-se a danos na Província de Sofala, 1,6 milhão na Província de Manica, 1,1 milhões na Província de Tete e 600 mil na Província da Zambézia.
Sengo, que é director executivo da CTA, projectou em termos de fluxo financeiros que as empresas esperavam a curto e médio prazo “404 milhões de Dólares, maioritariamente nas grande empresas industriais e do agro-negócio”, explicando que “essas perdas podem ser minimizadas se a empresa imediatamente voltar a funcionar”.
“Em termos de emprego as grandes empresas tem cerca de 12 mil postos de emprego, o transporte e logística com o maior número de empregos afectados, seguido pelo sector da prestação de serviços e pela indústria” revelou o economista.
“Apoios na reabilitação das empresas são necessários imediatamente para evitar um cenário grave”
Uma dessas medidas, anunciada pelo Presidente Filipe Nyusi, concedia um desconto de 50 por cento da factura dos agentes económicos do sector de indústria e comércio.
A Electricidade de Moçambique informou ao @Verdade que na província de Sofala 343 clientes beneficiam dessa isenção e esclareceu que outros agentes económicos que pretendam usufruir dela bastando apresentarem os documentos que possuem um estabelecimento industrial ou comercial licenciado com alvará de exercício de actividade económica e contactar a Direcção Provincial da Indústria e Comércio ou ao Conselho Empresarial Provincial.
Contudo o @Verdade apurou que além do pacote de medidas iniciais para mitigar impactos económicos do ciclone Idai nenhuma outra medida concreta de apoio foi aprovada pelo Executivo.
“São necessárias rapidamente todas as medidas já anunciadas pelo Governo, os apoios na reabilitação das empresas são necessários imediatamente para evitar um cenário grave” apelou o director executivo da Confederação das Associações Económicas no encontro que juntou no passado dia 9 o sector privado, os parceiros de cooperação e o Governo.
Aliás os empresários moçambicanos no geral, não só os afectados directamente pelos ciclones, pedem ao Governo políticas fiscais de estímulo pois é um facto que o crescimento económico vai desacelerar ainda mais em 2019.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2EdJXtl
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