Um novo estudo concluiu que medicamentos anti-malária de fraca qualidade ou falsos em África e no sudeste asiático ameaçam as vidas de pessoas afectadas pela doença e sabotam os esforços para se combater a doença. Investigadores no Centro Internacional Fogarty dos Institutos Nacionais de Saúde analisaram 27 estudos efectuados desde 1999. Os investigadores concluíram que mais de um terço dos medicamentos usados para tratar a malária no sudeste asiático e na África subsahariana são falsos, não estão correctamente identificados ou são ineficazes. A malária ameaça três mil milhões de pessoas através do mundo e a doença mata anualmente cerca de um milhão de pessoas, a maior parte crianças nem África. Dados angariados em 21 países africanos revelam que 35% de quase 2.300 amostras de medicamentos anti-malária não passaram um teste químico, 36% de 77 amostras não passaram testes de empacotamento e 20% de 389 amostras estavam falsificadas propositadamente. Um estudo semelhante em sete países do sudeste asiático revelou que 35% de mais de 1.400 medicamentos anti-malária falharam um teste químico, quase metade de 919 amostras estavam empacotadas inapropriadamente e 36% de 1260 amostras foram consideradas falsas. Joel Breman do Centro Fogerty, e um dos autores do estudo explicou que muitos dos medicamentos já não são efectivos porque são velhos e já ultrapassaram os prazos de validade. Por outro lado outros medicamentos são falsos e estudos indicam que alguns desses medicamentos falsos são manufacturados na China e depois contrabandeados para o sudeste asiático e outras partes do mundo. Dr Breman disse que os falsificadores imitam muito bem as caixas dos medicamentos. Os especialistas avisam que medicamentos anti-malária falsos ou sem efectividade podem levar ao surgimento de parasitas resistentes a tratamento ou mesmo á morte de pacientes. Mcihael Seear, director do centro de medicina respiratória no hospital infantil de Vancouver no Canada disse que muitas doenças, incluindo a tuberculose que se pensa serem resistentes a tratamento na verdade não são. O problema, disse o Dr Seear, surge devido a medicamentos ineficazes. "A forma mais comum de um medicamento ineficaz é aquele esquecido numa prateleira," disse ele. "A falsificação é um assunto controverso mas não é a causa mais comum da fraca qualidade de medicamentos," acrescentou. De acordo com o Dr. Seear há muito poucos regulamentos de controlo de medicamentos em um terço dos países qualificados em de desenvolvimento pela organização Mundial de Saúde. "Precisa-se de uma autoridade internacional para assumir controlo, estabelecer padrões universais, é preciso haver uma instituição que controle a qualidade em cada pais e muitos outros aspectos e isso não existe," disse. Eram palavras do Dr. Michael Seear que escreveu um artigo descrevendo a alta percentagem de medicamentos anti-malária de fraca qualidade, falsos ou sem efectividade que está incluído na próxima edição de Junho da prestigiosa revista medica The Lancet Infectious Diseases.
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