Aumenta a violência contra imigrantes na Grécia
O ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, advertiu para a crescente violência contra imigrantes na Grécia alimentada pela má situação económica no país. Partidos da extrema-direita obtiveram bons resultados nas eleições legislativas de Maio passado com base em plataformas anti-imigrantes.
A Universidade Económica de Atenas encontra-se na linha da frente da crise de imigração que se vive na cidade. Imigrantes e os seus aliados estudantes confrontam-se muitas vezes com a polícia e grupos de extrema-direita.
É ilegal às forças de segurança entrarem nas universidades. Por isso os imigrantes buscam lá refúgio e são bem acolhidos pelos estudantes.
O líder estudantil Yiannis diz que os imigrantes estão a ser feitos bodes expiatórios da crise económica na Grécia:
"Os nossos pais foram também imigrantes. Os imigrantes que vêm agora para cá não o fazem por escolha. Vêm de países e regiões onde há guerras, onde regimes militares governam e vêm para cá para criarem um melhor futuro para eles e suas famílias."
O ACNUR expressou preocupações sobre o aumento da violência contra imigrantes.
Giorgos Tsarbopoulos é o chefe da missão do ACNUR na Grécia:
"Assistimos diariamente a incidentes de grupos de supostos cidadãos irritados, mas também de grupos de extrema-direita, instigando e perseguindo imigrantes por causa da cor da sua pele ou da sua nacionalidade. O que posso dizer é que isto é totalmente inaceitável."
Muitos gregos responsabilizam os imigrantes por um aumento da criminalidade e pela crise económica do país.
O partido de extrema-direita Aurora Dourada obteve 17 por cento dos votos nas eleições em Maio. O seu manifesto eleitoral inclui a colocação de minas terrestre ao longo da fronteira entre a Grécia e a Turquia para evitar que imigrantes entrem na Grécia.
Dados oficiais calculam que o número de imigrantes legalizados na Grécia, que tem cerca de 11 milhões de habitantes, ande entre os 784 mil e os 970 mil, a maioria deles oriundos de países do Norte de África.
Novas eleições gerais estão marcadas para 17 de Junho já que não se conseguiu formar um governo de coligação com base nos resultados eleitorais de Maio.
Espera-se que o partido Aurora Dourada, que recolheu muitos votos de gregos descontentes com a crise económica, continue no parlamento, embora com menos força, segundo apontam as sondagens.
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