O vice-presidente do Malawi afirmou que a União Africana decidiu mudar o local da próxima cimeira de chefes de estado que devia realizar-se no seu país. A decisão segue-se à declaração dos líderes do Malawi de que deteriam o presidente sudanês, Omar al-Bashir, sob o qual pende um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional. O vice-presidente do Malawi, Khumbo Kachali, afirmou aos microfones da rádio nacional que o seu país não receberia a cimeira programada para o mês que vem. Acrescentou que a decisão era a que "melhor servia os interesses dos malauianos". Anteriormente o Malawi tinha pedido à União Africana que não convidasse o presidente sudanês Omar al Bashir . Contudo aquela organização respondeu dizendo que não cabia ao país anfitrião tomar uma tal decisão e informou o governo do Malawi de que a cimeira tinha sido reprogramada para Adis Abeba na Etiópia. Bashir é procurado pelo Tribunal Penal Internacional sob a acusação de que dirigiu uma campanha de assassinatos, violações e de outros crimes contra civis na região sudanesa de Darfur. Billy Banda, o director da organização de defesa dos direitos humanos Malawi Watch, afirma que a decisão de cancelar a cimeira é simultaneamente boa e má para o seu país: " O Malawi na sua qualidade de país tomou essa decisão para mostrar responsabilidade e cooperação com a comunidade internacional em relação a al-Bashir. Estamos contudo preocupados pelo facto de ter-mos perdido uma oportunidade para trocar impressões com muitos outros líderes tanto de organizações não-governamentais como do mundo empresarial". O Malawi tinha boas razões para estar preocupado com as implicações de uma visita do presidente sudanês. No ano passado o país foi muito criticado quando recebeu al-Bashir por ocasião de outra cimeira durante a administração do anterior presidente, Bingu wa Mutharika. A agência para o desenvolvimento dos Estados Unidos citou essa visita como uma das razões para o congelamento de 350 milhões de dólares em ajuda ao Malawi. Mutharika morreu de um ataque cardíaco em Abril e a sua sucessora Joyce Banda tem vindo a tentar melhorar as relações internacionais. O líder da oposição do Malawi, Kamuzu Chibambo, afirmou entretanto que apoiava a decisão do governo e criticou a União Africana por não estar disposta a alcançar um compromisso. Outros dois países africanos, a África do Sul e a Zâmbia, já fizeram saber que deteriam o presidente sudanês se ele pusesse pé no seu solo.
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