Taylor e Mubarak mudam contexto africano
As recentes condenações do antigo presidente da Libéria, Charles Taylor, a 50 anos de prisão e a do ex-líder egípcio Hosni Mubarak à prisão perpétua, pelo Tribunal Penal Internacional e pelo Tribunal do Cairo respectivamente, continuam a merecer a análise de especialistas em assuntos africanos e internacionais.
Em Luanda, académicos divergem nas suas opiniões em relação ao assunto, mas todos são unânimes em afirmar que as sentenças, embora ditadas por órgãos de justiça diferentes, vão mudar o contexto político e histórico do continente africano.
Mayama Salazar é jornalista e analista de assuntos africanos e entende que os actuais líderes de África devem tomar consciência sobre as consequências dos actos que violam os regulamentos jurídicos e tratados internacionais por eles aprovados e ratificados.
O académico entende que para o julgamento de líderes africanos não se deve recorrer ao TPI. Mayama Salazar julga que a fragilidade das instituições africanas dão azo as ingerências externas.
Valentino Kaley é outro docente universitário e especialista em relações internacionais. Ele discorda da sentença ditada ao ex-líder do Egipto pelo Tribunal do seu próprio país.
Peter Feijó é também académico e especialista em relações internacionais e pensa que não existe nos casos em referência nenhuma ingerência externa, mas uma fragilidade dos governos de África. No seu entender há sim o resultado de uma má governação repleta de grandes atrocidades. O analista critica por outro lado a falta de solidariedade entre os líderes de África.
Mas, para o jornalista Mayama Salazar os pactos mal calculados feitos com as forças ocidentais podem resultar em ingerência nos assuntos internos africanos.
Peter Feijó advoga que ser uma potência económica ou no contexto mundial pesa muito na sentença do Tribunal Penal Internacional. O analista apela a solidariedade e coesão das instituições africanas.
A pena de prisão perpétua para Hosni Mubarack pode pôr em causa a reconciliação entre os cidadãos egípcios, assim pensa o analista Valentino Kaley.
"Hosni Mubarack e Charles Taylor, ex-líderes do Egipto e Libéria respectivamente, devem servir de exemplos para mudança do modelo de governação dos líderes africanos do continente africano presos ao poder político e económico. Há que se reflectir na corrupção e no modo de vida povos que governam", conclui o jornalista e analista de assuntos africanos Mayama Salazar.
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