Serra Leoa: Pais contestam adopção de filhos
Dezenas de pais na Serra Leoa disseram que filhos seus foram dados para adopção nos Estados Unidos sem o seu consentimento, durante a horrível guerra civil naquele país oeste-africano nos anos 90.
Mariatu Mansaray disse que ainda chora e sofre porque dois dos seus filhos, Adama e Mustafa, foram-lhes tirados na Serra Leoa e quer que saibam que nunca teve intenção de os dar para adopção.
Mansaray é apenas um dos 40 pais na área rural de Makeni que disseram nunca terem autorizado que os seus filhos fossem adoptados.
Nenhum desses pais fala inglês e isso tornou-os alvos fáceis, disse Abu Bakar Kargbo, um porta-voz dos pais:
"São pessoas pobres, analfabetas e desprotegidas. Vivem em aldeias. Deslocaram centenas de quilómetros para pedir ao governo para intervir e estão prontos a testemunhar para contestar que não autorizaram qualquer adopção."
Esses pais disseram que deixaram os seus filhos no Centro Internacional Help A Needy Child temporariamente durante a guerra, para que estivessem seguros e recebessem educação escolar. O Centro então aparentemente contactou Os Serviços de Adopção do Estado do Maine que colocou 29 crianças nos Estados Unidos.
Em 2004, o fundador do Centro Internacional Help A Needy Child, Roland Kargbo e dois dos seus empregados foram presos e acusados de conspiração para violar as leis de adopção. Foram considerados não culpados e o caso foi arquivado.
Kargbo continua a negar todas as alegações. Disse que os pais assinaram documentos para adopção com as suas impressões digitais.
Kargbo pensa que os pais querem uma compensação financeira porque acreditam que o centro recebeu dinheiro dos pais adoptivos, o que diz não ser o caso.
Enquanto isso, o vice-primeiro-ministro da Serra Leoa, Sheka Tarawalie, esteve em Maio em Washington, para saber se as crianças adoptadas, actualmente adolescentes, poderão encontrar-se com os seus pais biológicos.
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