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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Renamo é insensível à paz

O RECRUDESCIMENTO dos ataques armados levados a cabo pela Renamo na região centro do país, bem como a tentativa frustrada de lançar uma ofensiva militar na região sul, a partir de Inhambane, é para os residentes desta província, uma acção que manifesta a ausência de argumentos deste ex-movimento rebelde de conviver pacificamente num ambiente democrático.

Na opinião dos residentes de Inhambane, a postura assumida pelo partido de Afonso Dhlakama, apenas surpreende quem não está atento à evolução democrática no país, pois, a violência, arrogância e outras manobras dilatórias, são características da Renamo, que faz tudo para adiar o progresso do país e o bem-estar dos moçambicanos.

Hassane Kafal, comerciante na cidade da Maxixe, entende que o movimento de Afonso Dhlakama ẻ claramente contra o progresso do país, pois, além de nunca ter apresentado nenhum programa alternativo à governação da Frelimo, sempre pautou pela intimidação ao eleitorado, a quem pede votos. “Sou investidor neste país há mais de dez anos, amo Moçambique, tem uma população fantástica, participo em todas as iniciativas de desenvolvimento, assim como humanitárias, desenvolvidas pelo Governo, percebi que o país está a registar um crescimento assinalável que não deve ser travado por quem quer que seja. É necessário que aquelas pessoas que dizem que defendem o povo, mas maltratando-o, devem parar com isso e saber respeitá-lo, porque o povo moçambicano, quer a paz, é pela paz, e defende a paz”, disse Kafal.

Para Silvestre Macuvele, jornalista e delegado da TVM, em Inhambane, “ẻ de todo condenável o comportamento de Afonso Dhlakama e seu movimento, pois, segundo argumenta, depois das cedências feitas pelo Governo no diálogo em curso no centro de Conferência Joaquim Chissano, não faz sentido que a Renamo continue a matar e a destruir a economia do país.

“Os bandidos armados capturados aqui na província de Inhambane, revelaram que a intenção da Renamo de enviar armamento e homens para a província de Inhambane tinha como objectivo, pressionar a aprovação pela Assembleia da República, do novo pacote eleitoral. Isso já aconteceu, e, por isso, elementos da Renamo já estão na Comissão Nacional de Eleições. Em sede do diálogo, a Renamo pediu observadores e já estão ai!. Agora não há razão para Afonso Dhlakama continuar fugitivo e a comandar ataques armados a partir de parte incerta onde se encontra escondido”, considerou Silvestre Macuvele.

O jornalista disse ser pertinente que sem pré-condições a Renamo deponha as armas e se junte a todos os  moçambicanos na luta contra à pobreza e pelo progresso do país.

Natália Chivambo, professora no Instituto Industrial, Eduardo Mondlane, na cidade de Inhambane, disse ser urgente a desmilitarização da Renamo porque a paridade que sempre alegou para o retorno às hostilidades, já foi aceite pelas instituições de direito.

“Se é que a Renamo que está na Assembleia da República, que submeteu a revisão do pacote eleitoral ẻ a mesmo da de Gorongosa que está a matar pessoas e a queimar casas, deve retractar-se imediatamente e parar de ordenar ataques e a promoção da violência, porque o povo moçambicano não está interessado em assistir uma nova guerra. A bancada parlamentar da Frelimo aprovou o novo pacote eleitoral, o Governo da Frelimo está a aceitar tudo em sede de diálogo com a Renamo, imbuído pela necessidade de salvaguardar a vida de pessoas e o desenvolvimento do país, mas o partido de Dhlakama teima em matar pessoas. Afinal o é que a Renamo pretende? Será que vai participar nas eleições? Afonso Dhlakama vai sair do mato para se recensear, com vista a participar no pleito eleitoral?, questionou-se aquela docente, considerando que a Renamo continua a mesma belicista de sempre, inimiga do desenvolvimento e sem alternativa de governação.

Por seu turno, Albertina de Araújo, médica em serviço no hospital provincial de Inhambane, desafia a Renamo a mostrar aos moçambicanos que já não está interessada na violência.

“A actuação da Renamo dá a entender que existem várias facções no mesmo partido, porque não cabe na cabeça de ninguém que os que estão em Maputo a dialogar com o Governo, pertençam ao grupo armado que está a matar pessoas na região centro. A Renamo ẻ contraditória no que diz e no que faz”, argumentou a médica que mostrou maturidade na análise política.

Acrescentou que o cenário político nacional é deveras preocupante pelo facto de a Renamo estar a demonstrar fragilidades de inserção como partido político, dai o recurso à violência armada.

“A delegação da Renamo no diálogo nega a existência de homens armados e o porta-voz de Dhlakama afirmou já por várias vezes, que existem homens espalhados um pouco por todo país, prontos para intervir em causo de necessidade. Afinal o que se passa neste partido? Quem diz a verdade? O Governo está a dialogar com quais das Renamo? Com mandatários do líder (Afonso Dhlakama) ou com uma “Renamo renovada” sem mandato nem contacto com o chefe deles?, questionou ainda Albertina de Araújo, concluindo que a Renamo que sempre conheceu, continua a mesma, uma Renamo incompreensível e insensível, que não reconhece o valor da vida das pessoas e é contra o desenvolvimento do país.

Rossana Mohamed Mala, residente na cidade da Maxixe condenou, igualmente, o alastramento da violência armada protagonizada pela Renamo e disse ser urgente que as instituições de direito com poder para o efeito, activem os dispositivos existentes para responsabilizar os culpados pelos danos materiais e derramamento de sangue no país.

“Eu como comerciante, embora estando na Maxixe, já sinto a influência dos ataques em Muxúnguè. O negócio está a declinar, as pessoas não viajam seguras, há sempre medo. Estou indignada! O Governo já fez tudo que a Renamo pediu, mas a guerra continua. O Presidente da República, Armando Guebuza já disse muitas vezes que os militares da Renamo têm dinheiro à espera, é só inscreverem-se na instituição apropriada, para que o recebam, mas Dhlakama não deixa essa gente  receber o seu dinheiro, afinal que quer? Matar pessoas sem culpa, queimar carros de pessoas que lutam pelas suas vidas e bem-estar?. Será que Dhlakama vai participar nas eleições? Queremos ouvir a sua mensagem, quando decidir sair do esconderijo de onde dirige a guerra”, desafiou Rossana Mala.

NOTÍCIAS – 14.04.2014

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