A violência em curso no sul da Etiópia desde junho forçou mais de 800 mil pessoas a fugirem de suas casas, e elas precisam de alimento e outros tipos de ajuda, alertaram um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo nesta quarta-feira.
O conflito inter-étnico irrompeu em abril cerca de 400 quilômetros ao sul da capital, e ao todo mais de 1,2 milhão de pessoas já foram obrigadas a fugir, disse o relatório, que não deu detalhes sobre baixas.
“A violência renovada ao longo das áreas fronteiriças de Gedeo e Guji Ocidental desde o início de Junho... levou ao deslocamento de mais de 642.152 IDPs (sigla em inglês para pessoas deslocadas internamente) na zona de Gedeo... e 176.098 IDPs na zona de Oromia, em Guji Ocidental”, disse o documento.
Líderes tradicionais incentivaram as pessoas a voltarem para suas casas depois dos primeiros confrontos de abril, mas muitas delas partiram novamente em junho, informou o relatório.
“A situação de segurança é desafiadora, apesar da mobilização das Forças de Defesa Etíopes na área, e há relatos de destruição contínua de casas, de outros bens e da infraestrutura de serviços.”
A Etiópia é um país etnicamente variado de 100 milhões de habitantes, e as diferenças étnicas ajudaram a atiçar protestos que levaram à renúncia do primeiro-ministro, Hailemariam Desalegn, em fevereiro.
Abiy Ahmed assumiu como primeiro-ministro em Abril e prometeu reformas políticas e económicas para tratar das queixas de marginalização de uma série de grupos étnicos, incluindo o seu, os oromos.
Diplomatas disseram à Reuters que mais de 200 pessoas foram mortas no mês passado, mas que a cifra é uma estimativa porque a falta de segurança torna uma confirmação impossível.
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