O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) revelou que o “Al Shaabab” moçambicano assassinou pelo menos 90 moçambicanos e destruiu 1.605 habitações desde 5 de Outubro de 2017, no entanto garantiu que “as Forças de Defesa e Segurança estão a controlar o grupo de malfeitores”.
Falando a jornalistas em Maputo, à margem das celebrações de Dia da Paz, Bernardino Rafael disse que: “Desde o 5 de Outubro até neste momento as Forças de Defesa e Segurança estão a trabalhar arduamente para a reposição da ordem e segurança pública naquela região”.
“Estamos desde lá a destruir alguns acampamentos dos malfeitores, as Forças de Defesa e Segurança já desativaram os acampamentos de Nameia, Xitolo e Xingalola. Este último acampamento era tido como grande, onde os malfeitores se subdividiram em pequenos grupos e são esses pequenos grupos que estão a criar alterações da ordem e segurança pública nos pontos referenciados”, detalhou.
De acordo com o comandante-geral da PRM para além das “desactivações” dos acampamentos as autoridades detiveram pelo menos 280 malfeitores, dos quais 189 começaram a julgados.
Na quarta-feira (03) iniciaram na província de Cabo Delgado os julgamentos em massa de 152 moçambicanos, 26 tanzanianos e três cidadãos somalis, dentre eles 42 mulheres, detidos por pertencerem ao “Al Shabaab” moçambicano e são acusados de homicídio qualificado, porte de arma proibida, associação para delinquir, crime contra a organização do Estado e ainda a instigação a desobediência colectiva.
Bernardino Rafael revelou também que: “Os malfeitores, até neste momento, causaram a morte de 90 cidadãos moçambicanos, feriram 67 moçambicanos e destruíram um total 1.605 casas em aldeias da província de Cabo Delgado”.
Esta situação de aparente controlo contrasta com o apelo feito pelo Presidente Filipe Nyusi que, discursando no passado dia 25 na plenária da 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, afirmou que no combate contra o “Al Shabaab” moçambicano “contamos com a colaboração de todos por se tratar de um crime hediondo, de carácter global que envolve nacionais e não nacionais e ainda sem rostos e nem argumentos, e com tendência a alastrar-se para outros países vizinhos”.
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