O Presidente Filipe Nyusi anunciou que o processo de desmilitarização, desmobilização e reintegração dos homens armados do partido Renamo inicia no sábado (06). Entretanto Ossufo Momade ameaçou usar esses seus “rangers” para evitar o “enchimento de urnas e anular os votos da Renamo” na eleição agendada para próximo dia 10 de Outubro em 53 municípios.
Discursando na manhã desta quinta-feira (04), durante as comemorações dos 26 anos da assinatura do primeiro Acordo Geral de Paz entre o partido Renamo e o Governo do partido Frelimo o Chefe de Estado anunciou que: “iremos lançar no próximo sábado, dia 6 de Outubro, o início efectivo do processo de desmilitarização, desmobilização e reintegração”.
“Até sábado já se encontrarão no território nacional todos os peritos solicitados para testemunhar o processo provenientes da Tanzania, do Zimbabwe, dos Estados Unidos da América, da Suíça, da Alemanha, da Noruega, Irlanda e Índia e a eles se juntará o General Javier Aquino, da República da Argentina, que irá liderar o grupo” acrescentou o Presidente Nyusi.
De 58 anos de idade o General argentino indicado por consenso, entre o Presidente da República e o coordenador da comissão política da Renamo, tem muita experiência em processos similares. Foi observador militar na missão da ONU para o Iraque e Kuwait em 1993 e chefiou a missão das Nações Unidas na Colômbia, em 2016, supervisionando o desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a guerrilha mais antiga da América Latina, desmobilizada e transformada em partido político.
Mas este avanço crucial no processo de paz poderá sofrer um revés em função do decurso das eleições Autárquicas agendadas para próximo dia 10 de Outubro em 53 municípios do nosso país.
“Lamentamos profundamente o facto desta campanha (eleitoral) à semelhança das anteriores ser caracterizada por violência consubstanciada por destruição de materiais de propaganda, intimidação, espancamento e até baleamentos de membros e simpatizantes de partidos da oposição, sobretudo da Renamo, sob olhar cúmplice das autoridades policiais” começou por declarar disse Ossufo Momade.
Numa declaração telefónica, nesta quarta-feira (04), a partir da Serra da Gorongosa o líder interino do partido Renamo indicou o baleamento de um membro do seu partido na cidade de Tete por um alto responsável provincial do partido Frelimo e os espancamentos protagonizados por membros do partido no poder a simpatizantes da oposição na cidade de Xai-Xai como “barbaridades” que levaram os nossos membros e simpatizantes da “perdiz” a solicitar que a direcção do partido “ordene os rangers para intervirem em sua defesa já que a polícia nada faz”.
Ossufo Momade alertou ainda que: “Temos igualmente conhecimento que estão sendo preparados grupos das Forças de Defesa e Segurança para junto das mesas de votação criarem distúrbios e por forma a facilitarem o enchimento de urnas e anular os votos da Renamo(...) Se a Frelimo não der ordens aos seus camaradas para pararem com este plano não teremos outra alternativa senão ordenarmos aos nossos rangers para frustrarem essa intenção”.
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