As desigualdades socioeconómicas e o elevado índice de corrupção nas instituições do Estado também causam desinteresse da população em todo o processo eleitoral.
A falta de clareza na lei eleitoral e a dificultação do recenseamento e votação pelos órgãos eleitorais são alguns dos factores que justificam os altos índices de abstenção nos processos eleitorais no país.
Esta tese é defendida pelos autores da obra "Moçambique Democrático", que analisa as eleições autárquicas de 2008 e gerais de 2009 sob várias abordagens.
No livro ontem lançado pelo Observatório Eleitoral (OE), os autores defendem que a existência de uma lei clara é fundamental para os eleitores acreditarem no processo. "Nas eleições de 2009, a ambiguidade e falta de consenso na lei eleitoral foi tal que fez com que os eleitores não tivessem confiança naquilo que seria o processo eleitoral, por isso se apartaram das urnas", explicou Iraê Lundin, antropóloga, docente universitária e pesquisadora.
Segundo Lundin, as desigualdades socioeconómicas e o elevado índice de corrupção nas instituições do Estado causam um desinteresse em todo o processo. "O crescimento económico teima em não criar um desenvolvimento inclusivo, o que provoca um grande fosso muito grande entre os governantes e os governados principalmente pela falta de diálogo institucionalizado entre os dois grupos sociais", escreve no livro.
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