O presidente Blaise Campaore do Burkina Fasso deu inicio a conversações com os grupos que assumiram o poder no norte do Mali. Separatistas apoderaram-se da região depois do golpe de estado de 22 de Março que derrubou o governo civil em Bamako. Campaore está a liderar os esforços de mediação da CEDEAO para o regresso à ordem constitucional naquele país. O ministro dos negócios estrangeiros do Burkina Fasso, Djibril Bassolé disse à imprensa que o presidente Campaore está envolvido em conversações com os grupos militantes do norte do Mali. Segundo ele a situação é delicada devido às rivalidades entre o grupo separatista tuaregue, MNLA, e a seita islâmica Ansar Dine. Bassolé afirmou que as conversações destinam- se a preservar a integridade territorial, a segurança e os direitos humanos no Mali. Desde há muito que o norte do Mali tornou- se num santuário de terroristas e de traficantes e a região tem sido palco de repetidas revoltas dos tuaregues. Na sequência do golpe de estado, os grupos armados na região dirigiram-se para sul cortando assim o país em metade. O MNLA declarou o estado independente de Azawad a 5 de Abril enquanto o grupo Ansar Dine rejeitava a independência e começava a impor a sua versão da lei islâmica nas cidades nortenhas. De acordo com a CEDEAO e outras organizações internacionais, a crise no norte do Mali ameaça desestabilizar toda a região e dezenas de milhares de malianos já fugiram à fome e à incerteza no norte. Enquanto isso em Bamako os medianeiros da Africa Ocidental continuam num impasse nas suas conversações com a junta militar acerca de um futuro governo de transição. Um período de transição de 40 dias previsto na constituição maliana acaba na próxima terça-feira e a CEDEAO quer que um governo interino assuma o poder por um ano para organizar eleições. Quanto à junta militar diz que pretende organizar uma convenção nacional para para eleger um novo líder interino. A junta fixou contudo um prazo e os seus opositores dizem que se trata apenas de um esforço dos militares para se manterem no poder.
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