Pelo menos 19 famílias ficaram desalojadas no distrito de Macossa, Manica, na sequência de queimadas descontroladas, que destruíram casas e celeiros, disse hojefonte do Instituto de Gestão de Calamidades.
As famílias, umas acomodadas em tendas improvisadas e outras ao relento, perderam a pouca colheita da última época da campanha agrícola, o que as coloca numa situação crítica de vulnerabilidade à fome.
"Agora, fizemos uma distribuição de víveres para as pessoas se alimentarem porque perderam quase tudo, e iniciámos a distribuição de 'kits' de reconstrução para que tenham abrigo", disse João Vaz, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Manica.
A caça de ratazana através do fogo é uma das principais causas de queimadas descontroladas em vários distritos de Manica, situação que desaloja anualmente dezenas de famílias e destrói coutadas oficiais, milhares de hectares de floresta, quintas, celeiros e residências.
Estatísticas governamentais indicam que, em 2011, 185.665 hectares de terra, quase toda arável, sofreram queimadas descontroladas, quase o triplo da área queimada em 2010 (68.070 hectares). O número de incêndios subiu de 5.950 em 2010 para 16.229 em 2011, ou seja, os focos alastraram-se para mais distritos.
Em carta dirigida ao sector do Meio Ambiente, a população reivindica que o alto índice de desemprego pode estar a contribuir largamente para o aumento das queimadas descontroladas em Manica, por as comunidades encontrarem na natureza o único recurso de sobrevivência.
Em declarações à Lusa, Natércia Nhabanga, diretora provincial de Coordenação da Ação Ambiental de Manica, disse que um Fundo de Apoio ao Ambiente deverá financiar projectos em sete distritos da província, incluindo Macossa, para reduzir queimadas descontroladas, poluição de rios e promover o reflorestamento comunitário.
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