Nos últimos meses têm surgido em certos jornais do país, com grande ruído paragonal, exemplos de crimes chocantes, especialmente de natureza sexual. É como que o eco vigoroso de um certo jornal da terra que, quando existiu, tinha em seu menu manchetes do género "violou a filha de seis meses e depois comeu-a com piripiri". Os gulosos de notícias africanas dirão que isso nada espanta, "África é assim mesmo"; certos políticos dirão, em seus cenáculos privilegiados, que isso até é bom, obscurecendo a criminalidade normal de alto coturno em favor da criminalidade havida como patológica do tipo pé descalço. E, num lado e noutro, manter-se-á interessadamente na penumbra o facto de que a criminalidade fantástica é, afinal, normal em todos os países.
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