O voleibol é um desporto que em Moçambique não conhece avanços devido às crises de estrutura e de liderança que persistem no seio daquela modalidade. Desta vez, a maior agremiação do país, após receber críticas através do correio electrónico, decidiu apresentar a sua demissão entregando o vólei à incerteza da sua própria sorte.
Durante meses foram reportadas desavenças e trocas de acusações de usurpação de funções entre a Federação Moçambicana de Voleibol (FMV) e a Associação de Voleibol da Cidade de Maputo (AVCM).
O caso recente, curiosamente despoletado pelo @Verdade, elevava a incerteza da realização do campeonato nacional por causa do tapete herdado dos Jogos Africanos. Contudo, a recente notícia colheu de surpresa a fina-flor do voleibol da capital: O elenco de Mahomed Afzal Ivala, que desde Julho de 2011 assume as rédeas do voleibol da cidade de Maputo, decidiu demitir-se na última terça-feira.
Em carta enviada à Mesa da Assembleia Geral daquela agremiação e em nossa posse, o demissionário evoca como razões a intromissão de alguns associados em assuntos que competem meramente à direcção bem como o não respeito pelos regulamentos e decisões daquela agremiação, o que terá concorrido para a instalação de um ambiente de anarquia.
Mahomed Ivala adianta ainda que não notou interesse, muito menos o devido apoio moral dos seus associados no sentido de juntos desenvolverem e massificarem a modalidade do voleibol na capital do país.
Os feitos de Mahomed e os projectos interrompidos
Em contacto telefónico, Mahomed Ivala revelou que é com mágoa que cessa as funções de Presidente da AVCM e que tomou a decisão por não estar condições morais para continuar a exercê-las. Todavia, garantiu que continuará no voleibol mas agora apenas como um atleta.
Em jeito de balanço, Mahomed começou por dizer que a AVCM é a única agremiação ao nível do país que leva o voleibol a sério e que organiza competições regulares.
"Foi durante este período (um ano) que tornámos o voleibol uma modalidade competitiva e dinâmica. Organizámos com regularidade o Campeonato da Cidade e a Taça Maputo e ainda introduzimos a Supertaça. Introduzimos também torneios com sistemas a eliminar e ainda conseguimos um acordo com a Direcção da Juventude e Desportos da Cidade e com a Escola Secundária Francisco Manyanga para a utilização dos pavilhões desportivos anexos àquele estabelecimento de ensino".
No que diz respeito aos projectos que ainda tinha em manga, Mahomed falou da reestruturação da arbitragem visto que até agora é feita pelos próprios jogadores.
Mencionou ainda o plano de entregar a organização dos campeonatos de voleibol da cidade de Maputo a uma agência de marketing bem como o de firmar acordos de parceria com empresas já identificadas para a potenciação do Centro de Mini-vólei do bairro de Hulene.
"Retirámo-nos na esperança de ver aparecer um novo e melhor elenco que seja humilde, responsável e dinamizador. Não deixaremos também de agradecer a todos os associados que directa ou indirectamente contribuíram para o nosso humilde sucesso e, acima de tudo, confiaram em nós. Por outro lado, agradecemos às instituições e pessoas singulares que souberam estar ao lado do nosso elenco" finalizou Mahomed Ivala.
O E-mail da polémica
Ao que se percebe, foi o correio electrónico do Comunicado 18/AVCM/2012 que terá acelerado a renúncia do elen- co de Mahomed Ivala da condução dos destinos da AVCM.
É que no referido correio, também enviado ao @Verdade, alguns associados, na tentativa de contestar decisões regulamentares do referido comunicado, socorreram-se das afrontas de carácter pessoal acusando Mahomed Ivala e o seu elenco de parcialidade, favoritismo, bem como de desonestidade na gestão do voleibol da capital do país.
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