Forças de segurança mataram a tiros vários manifestantes que se reuniram nas ruas da capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, nesta terça-feira, para exigir a renúncia do presidente Joseph Kabila, uma vez que o mandato presidencial terminou de segunda para terça-feira.
Os protestos tiveram início nesta terça-feira, e o líder opositor Étienne Tshisekedi conclamou o povo congolês a resistir pacificamente a Kabila, que permaneceu no cargo após o fim de seu mandato constitucional sem marcar uma eleição para escolher o sucessor.
Tiros foram ouvidos em vários bairros de Kinshasa, cidade com 12 milhões de habitantes, e as medidas tomadas para conter a dissidência despertaram temores de uma repressão sangrenta.
"Quanto à questão das mortes, a coisa parece feia", disse o diretor de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Congo, José Maria Aranaz, à Reuters por telefone. "Estamos a analisar alegações de até 20 civis mortos, mas elas (informações) são bastante sólidas".
Pelo menos dois civis foram mortos de segunda para terça-feira quando soldados abriram fogo durante confrontos no bairro de Kingabwa, disseram duas testemunhas. Não foi possível contatar o porta-voz do governo para obter comentários, e o porta-voz da polícia disse não ter informações.
Devido à vigência de uma proibição de manifestações e à grande presença militar, as vias normalmente mais movimentadas de Kinshasa estavam em sua maior parte desertas, e pequenos grupos de jovens se reuniam em ruas laterais para logo serem dispersados por disparos de gás lacrimogéneo.
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