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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Temperatura global vai bater novo recorde em 2016, segundo a OMM

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) reconheceu esta terça-feira que 2016 será o ano mais quente até ao momento com temperaturas que superam em 1,2 graus os registos pré-industriais, segundo estimativas com dados até Novembro.

"2016 será provavelmente o ano mais quente desde meados de 1880", afirmou a porta-voz da organização, Clare Nullis, em conferência de imprensa em Genebra.

A OMM também confirmou que a temperatura da superfície oceânica e terrestre alcançou máximos históricos entre Janeiro e Novembro, chegando a superar em quase um grau centígrado a temperatura média do século XX.

A temperatura média de 2016 ultrapassa em 0,07 graus a média do mesmo período de 2015, o ano que marcou o anterior recorde de maiores temperaturas, segundo o Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, a Administração de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA) e o Serviço Para a Mudança Climática de Copernicus.

Nullis apontou para a importância do El Niño, um fenómeno natural, originado em águas do Pacífico e de um poder destrutivo que pode provocar desde inundações até secas, que provocou um aumento significativo da temperatura no começo do ano.

As águas do mar de Bering, do sudeste e do oeste do Pacífico, do Atlântico mais próximo ao Golfo do México, e do sudeste do Oceano Índico que rodeia as nações insulares da Ásia e Oceania registaram recordes de temperaturas. Além disso, as temperaturas no Ártico e na Antártica foram especialmente altas e, por isso, os níveis de gelo marinho foram "excepcionalmente baixos".

"O Ártico aquece duas vezes mais rápido que a média global", revelou um relatório realizado pela NOAA, que também ressaltou que as consequências do degelo serão latentes em outras partes do planeta. "O que acontece no Pólo Norte e no Pólo Sul não fica somente lá, mas afecta os padrões climáticos e os níveis do mar em outras partes do mundo", lembrou, na mesma linha, a OMM.

Os estudos científicos realizados continuam a provar o vínculo entre as condições meteorológicas extremas e a atividade humana.

A crescente intensidade das ondas de calor no mundo, o mínimo histórico de gelo marítimo no Ártico de Março de 2015 ou a "extraordinária" extensão e duração dos incêndios não provocados no Alasca são alguns dos muitos fenómenos meteorológicos em 2015 que os cientistas relacionaram directamente com o aumento de gases estufa.

Apesar destes números, Nullis ressaltou que 2016 foi um ano notável para o clima, principalmente pela entrada em vigor do Acordo de Paris, que obriga às partes signatárias a manter o aumento da temperatura global abaixo dos dois graus.



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