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terça-feira, 19 de junho de 2012

Diário de um sociólogo: Forças do invisível na produção de prova

Diário de um sociólogo
thumbnail Forças do invisível na produção de prova
Jun 19th 2012, 22:55

Acusada de matar magicamente uma criança, uma jovem mulher foi condenada por um tribunal comunitário ao pagamento de uma indemnização ainda por fixar, sendo o juiz-presidente citado por um jornal afirmando que ela confessou ter enviado os seus espíritos para matar a vítima como retaliação pela morte da sua filha de 15 anos. A história passou-se no bairro da Munhava Central, cidade da Beira, segundo o "Diário de Moçambique" citado pelo "@Verdade" aqui.
Comentário: Se a descrição corresponde à realidade (tenho para mim que sim, trabalhei alguns meses com material de tribunais comunitários), os juízes aceitaram que a morte de uma criança foi provocada por espíritos malévolos enviados por uma mulher. Uma confissão foi suficiente para provar a acção criminosa das forças do invisível. Este, o primeiro fenómeno. O segundo, tem a ver com a confissão da suposta mandante dos espíritos assassinos. Os juízes não se puseram a hipótese de a confissão ser uma desforra ex post facto, de ser a transformação do desejo em realidade, da vingança desejada em facto consumado. Finalmente: este diário tem muitas entradas concernentes às forças do invisível, confira algumas aqui.

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